Justiça manda prender suspeito de incendiar estátua do Borba Gato

"Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate”, disse ativista Paulo Galo

A Justiça de São Paulo determinou nesta quarta-feira, 28, a prisão temporária de Paulo Roberto da Silva Lima, 32 anos, conhecido como Paulo Galo, por suspeita de participar do incêndio à estátua do Borba Gato, em Santo Amaro, no último sábado, 24.

Paulo é fundador do grupo Entregadores Antifascistas, que assumiu o protesto no mesmo dia do ataque ao monumento. As informações são do G1.

 Manifestantes ateiam fogo em estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, no dia 24 de junho
Créditos: lucasport01/jornalistaslivres
 Manifestantes ateiam fogo em estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, no dia 24 de junho

Paulo Galo foi preso hoje logo após se apresentar ao 11º DP de Santo Amaro, que investiga o caso, e afirmar que participou do ato com objetivo de abrir o debate sobre a história do bandeirante Borba Gato.

Gessica de Paula da Silva Barbosa, esposa de Paulo, também teve a prisão temporária determinada, mas segundo a defesa, ela não participou do ato. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do casal.

“Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, disse o ativista ao chegar à delegacia na zona sul de São Paulo.

Além de Paulo, Danilo Oliveira também compareceu à delegacia de forma espontânea e assumiu sua participação no ato, mas não há pedido de prisão contra ele.

Borba Gato fez fortuna na segunda metade do século 18 ao caçar indígenas e negros pelos sertões do país para escravizá-los. Muitos bandeirantes também estupraram e traficaram mulheres indígenas.

Em 2016, a estátua de Borba Gato já havia sido atacada com um banho de tinta.