Justiça manda soltar suspeita de incendiar estátua de Borba Gato
Polícia se manifestou a favor da revogação da prisão de Gessica Barbosa, mas pediu que o marido, Paulo 'Galo', continue preso
A Justiça de São Paulo revogou a prisão de Gessica Barbosa, suspeita de participar do incêndio à estátua de Borba Gato, na zona sul de São Paulo, no último dia 24. Ela deixou a prisão no final da tarde desta sexta-feira, 30, e não será indiciada.
Géssica é esposa do ativista Paulo Roberto da Silva Lima, o entregador de aplicativo conhecido como Paulo Galo, que permanece preso. As informações são do G1.
O casal teve a prisão temporária decretada na quarta-feira após se apresentarem espontaneamente ao 11º Distrito Policial, em Santo Amaro. Paulo admitiu ter participado do ato, e afirmou que o objetivo era abrir o debate sobre a homenagem ao bandeirante. Já Gessica afirmou que estava em casa cuidando da filha de 3 anos e do irmão no momento da manifestação.
Durante as investigações foi constatado que o aparelho telefônico de Géssica encontrava-se nas proximidades da residência do casal.
“Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, disse o ativista ao chegar à delegacia na zona sul de São Paulo.
Além de Paulo, Danilo Oliveira também compareceu à delegacia de forma espontânea e assumiu sua participação no ato, mas não há pedido de prisão contra ele.
Borba Gato fez fortuna na segunda metade do século 18 ao caçar indígenas e negros pelos sertões do país para escravizá-los. Muitos bandeirantes também estupraram e traficaram mulheres indígenas.
Em 2016, a estátua de Borba Gato já havia sido atacada com um banho de tinta.