Justiça manda soltar suspeita de incendiar estátua de Borba Gato

Polícia se manifestou a favor da revogação da prisão de Gessica Barbosa, mas pediu que o marido, Paulo 'Galo', continue preso

A Justiça de São Paulo revogou a prisão de Gessica Barbosa, suspeita de participar do incêndio à estátua de Borba Gato, na zona sul de São Paulo, no último dia 24. Ela deixou a prisão no final da tarde desta sexta-feira, 30, e não será indiciada.

Géssica é esposa do ativista Paulo Roberto da Silva Lima, o entregador de aplicativo conhecido como Paulo Galo, que permanece preso. As informações são do G1.

Manifestantes ateiam fogo em estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, no dia 24 de junho
Créditos: lucasport01/jornalistaslivres
Manifestantes ateiam fogo em estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, no dia 24 de junho

O casal teve a prisão temporária decretada na quarta-feira após se apresentarem espontaneamente ao 11º Distrito Policial, em Santo Amaro. Paulo admitiu ter participado do ato, e afirmou que o objetivo era abrir o debate sobre a homenagem ao bandeirante.  Já Gessica afirmou que estava em casa cuidando da filha de 3 anos e do irmão no momento da manifestação.

Durante as investigações foi constatado que o aparelho telefônico de Géssica encontrava-se nas proximidades da residência do casal.

“Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, disse o ativista ao chegar à delegacia na zona sul de São Paulo.

Além de Paulo, Danilo Oliveira também compareceu à delegacia de forma espontânea e assumiu sua participação no ato, mas não há pedido de prisão contra ele.

Borba Gato fez fortuna na segunda metade do século 18 ao caçar indígenas e negros pelos sertões do país para escravizá-los. Muitos bandeirantes também estupraram e traficaram mulheres indígenas.

Em 2016, a estátua de Borba Gato já havia sido atacada com um banho de tinta.