Justiça torna réu pai de santo pela acusação de estupro de 4 mulheres
Dentre as vítimas há mulheres que adolescentes na época dos crimes. O Pai Guimarães de Ogum alega inocência
A Justiça tornou réu, nesta quarta-feira, 18, o pai de santo conhecido como Pai Guimarães de Ogum, pela acusação de estupro de 4 mulheres. Os crimes teriam sido cometidos durante supostas sessões espirituais, entre 2011 e 2016, em São Paulo (SP).
A juíza Manoela Assef Silva afirmou na sentença que aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público (MP), que, em setembro, acusou o pai de santo por sete estupros de vulneráveis contra mulheres e até adolescentes.
O Ministério Publico também pediu a prisão preventiva do pai de santo, mas o pedido não foi atendido.
Manoela Assef Silva apontou que há indícios de que Pai Guimarães de Ogum tenha cometido estupro de vulnerável contra quatro das vítimas. Mas encaminhou as outras duas denúncias de estupro para outra vara porque a 16ª Vara só atua em casos de crimes sexuais contra vulneráveis.
O Ministério Público mostrou que as vítimas eram persuadidas pelo pai de santo que se valia da sua posição religioso para cometer os crimes de estupro. Pai Guimarães de Ogum, atualmente com 56 anos, atua na Umbanda, religião brasileira de matriz africana e sempre alegou sua inocência, negando os crimes. Ele é chefe de um templo na Zona Sul da capital paulista.
Ainda de acordo com MP, foi no templo da Zona Sul que aconteceu a maioria estupros contra as sete vítimas, entre os anos de 2010 e 2019. Dentre as vítimas, duas eram menores de 14 anos, na época. As outras já tinham 18 anos completos ou mais.
O pai de santo era presidente municipal do Partido da Mulher Brasileira (PMB), em São Paulo, que após tomar conhecimento das denúncias por crimes sexuais decidiu afastá-lo do partido de forma definitivo.
Ao G1, algumas vítimas falaram sobre como foram os abusos. As mulheres contaram que sofriam domínio psicológico pelo pai de santo, que as deixavam vulneráveis ao ponto de se sentirem obrigadas a manter relações sexuais com ele. “Ele se aproveitou de mim como se aproveitou de todas nós”, disse uma das vítimas, que não quis se identificar.
Outra vítima relatou como foi o abuso: “Quando foi no terceiro trabalho foi que ele (Pai Guimarães de Ogum) disse que eu precisaria ter relação sexual. Ele dizia que meu companheiro já tinha perdido o encanto e não queria mais nada comigo e que, se eu não permitisse o trabalho, o fim do meu casamento estava muito próximo, e que em seguida seria o meu fim, que eu me mataria”.
Como denunciar casos de assédio sexual ou estupro
O assédio contra mulheres envolve uma série de condutas ofensivas à dignidade sexual que desrespeitam sua liberdade e integridade física, moral ou psicológica. Lembre-se: onde não há consentimento, há assédio! Não importa qual roupa você vista, de que modo você dance ou quantas e quais pessoas você decidiu beijar (ou não beijar): nenhuma dessas circunstâncias autoriza ou justifica o assédio. Saiba como denunciar.
Estupro
Se você for vítima de estupro ou estiver auxiliando uma pessoa que tenha sido estuprada, os passos a serem seguidos são um pouco diferentes das dicas gerais fornecidas anteriormente.
É importante lembrar que o crime de estupro é qualquer conduta, com emprego de violência ou grave ameaça, que atente contra a dignidade e a liberdade sexual de alguém. O elemento mais importante para caracterizar esse crime é a ausência de consentimento da vítima. Portanto, forçar a vítima a praticar atos sexuais, mesmo que sem penetração, é estupro (ex: forçar sexo oral ou masturbação sem consentimento). Saiba como denunciar.