Das ruas à ONU: juventude brasileira contra a crise climática
Ativistas do Engajamundo estiveram na greve mundial pelo clima e se preparam para participar da COP25
Em defesa do meio ambiente, jovens e ativistas de diversas partes do mundo se uniram na greve mundial pelo clima, na última sexta-feira, dia 20, para cobrar medidas emergenciais contra o aquecimento global. As manifestações ocorrem em mais de 150 países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Japão, Austrália e Brasil, dois meses antes da COP25, Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, que acontece no Chile.
Organizações como o Engajamundo estavam presentes na greve em diversas cidades brasileiras, vestidos com máscaras com frases como: Salve a amazônia, SOS, A hora é agora. Cobrando além das medidas, que a voz da juventude seja ouvida e reconhecida nas diversas esferas do governo. “Somos uma organização criada por jovens que acreditam que as juventudes são peça fundamental da solução dos maiores desafios sociais e ambientais que enfrentamos no nosso país e no mundo” disse Raquel Rosenberg, co-fundadora da organização.
De acordo com as Nações Unidas, a degradação de florestas é a principal fonte de emissões de carbono em países em desenvolvimento e menos desenvolvidos – 35% e 65% das emissões, respectivamente. Só na Amazônia brasileira, bioma mais desmatado, o número cresceu 15% quando comparado ao mesmo período no último ano.
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Impulsionados pela inquietação de ver grandes decisões sendo tomadas a portas fechadas, em processos que não incluíam a juventude, o Engajamundo vem se preparando para seguir o caminho que começou em 2013, na COP19 em Varsóvia. Nesta COP25, a organização vai levar uma delegação de 14 jovens para o Chile em dezembro deste ano, motivados, principalmente, pelo atual cenário de desmonte ambiental brasileiro.
Para Nayara Almeida, jovem articuladora da organização, participar da COP25 é a realização de um sonho, “até um tempo atrás eu não me imaginava em um desses espaços de tomada de decisão. Eu achava que era um espaço muito elitista, uma realidade muito distante da minha”, comenta Nayara. Mais do que um sonho pessoal, o sonho de Nayara reflete a própria história do nascimento do Engajamundo como organização: o de ver a juventude ocupando espaços de tomada de decisão e tendo suas pautas levadas adiante.
A delegação atual do Engajamundo para a COP 25, é composta por jovens mulheres, negros, indígenas, LGBTs, todos de diferentes regiões do país, buscando representar a juventude brasileira em toda sua pluralidade.
E, com a premissa de fazer valer todos os cantos e gritos que ecoaram nos 4 cantos do mundo, durante a greve, pela construção de um mundo mais empático e sustentável, um mundo que olhe para as pautas ambientais com mais atenção e realmente preocupado com a direção que estamos tomando para nosso “desenvolvimento”.
Por Paulo Ricardo, Juan Domingues e Giselli Cavalcanti