Karol Conka relembra professora racista que teve aos 6 anos

A cantora também relembrou outras situações ao longo da vida onde o racismo estava presente

Karol Conka

A cantora Karol Conka falou do racismo que já sofreu ao longo da vida, como por exemplo quando a algoz foi uma professora.

Ela deu uma entrevista ao canal de Giovanna Ewbank no Youtube, na qual falou de beleza, mas também de temas importantes e espinhosos como o racismo.

Ela conta que não tinha a autoestima que tem hoje, e que isso só começou a partir dos 20 anos.

“Eu era tristinha, bem tímida. E só me soltava quando me sentia à vontade. Tinha uma coisa de não me achar bonita fora de casa. Dentro de casa eu era linda, mas fora eu sabia que parecia que estava saindo de uma bolha. Fui quebrando isso com 20 anos”.

Isso porque ela era negra. “Estudava no Sul, em Curitiba, e lá era normal negro ser piada na sala de aula. Era normal professor xingar”.

“Quando eu tinha 6 anos, eu lembro de uma professora que me colocou sentada na mesa e soltou todas as minhas tranças. A minha mãe trançava o meu cabelo inteiro. Neste dia, a professora destrançou o meu cabelo, me sentou e começou a rir”, disse.

“Quando eu cheguei em casa eu vi que aquilo não era legal. E disse para minha mãe que queria ter outro tipo de cabelo. A professora falava ‘água não entra aqui’, e eu queria saber por que ela falava aquilo”.

Karol afirmou que, por causa dessa professora, começou a se sentir horrorosa. “Fiquei a adolescência com isso na cabeça”.

Só nessa época ela conseguiu reagir ao racismo que sofria, disfarçados de piadas entre apelidos dos colegas.

Ela disse ainda que o papel dos pais foi fundamental para que ela se aceitasse cada vez mais: “uma vez falei para meu pai: eu sou feia, sou horrorosa”.

“Eu quero ser branca, porque os meninos não querem pegar na minha mãe na festa junina, eu não tinha par, e só você fala que eu sou bonita, só a minha mãe, o meu pai e a minha família, e lá fora não falam”, contou Karol.

“Karol, você tem que aprender uma coisa: você é linda, só que tem pessoas que têm a visão embaçada, e não vão enxergar a sua beleza”, respondeu o pai.

A partir daí, a cantora falou que passou a ter cada vez mais autoestima.

“Você tem que se aceitar, porque tem pessoas lá fora que não vão fazer isso, então você precisa se aceitar em primeiro lugar”, disse.

Confira a entrevista completa:

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