Lésbica é proibida de usar banheiro feminino e recorre à Justiça
Thais de Paula Cyriaco foi obrigada a usar o banheiro masculino por 5 meses
Uma auxiliar de limpeza lésbica precisou recorrer à Justiça para reaver o direito de usar o banheiro feminino no ambiente de trabalho, em Campinas (SP).
Thais de Paula Cyriaco havia sido impedida de entrar no local depois que uma funcionaria se incomodou com sua aparência dizendo que se parecia com um homem, por não usar roupas femininas.
Em setembro do ano passado ela foi comunicada pela empresa que a contratou para trabalhar rede de supermercado atacadista Makro, a Elofort Serviços, que, a partir daquele momento, estava proibida de usar e limpar os banheiros femininos da unidade.
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Com isso, a funcionária decidiu acionar a Justiça contra a empresa contratante, o atacadista onde trabalha como terceirizada e contra a empresa da funcionária que reclamou por considerá-la com aparência masculina.
A decisão da Justiça determina que o emprego de Thais seja mantido e que, a partir desta terça-feira (26), ela possa utilizar o banheiro feminino. Caso seja descumprida, a multa diária é de R$ 10 mil.
Veja a íntegra da decisão judicial aqui.
“Querendo ou não, eu sou mulher. Independente da sua opção ou não, a gente é um ser humano normal e não deixa de ser o que a gente é. Eu sou mulher, independente do que for”, disse Thais. “Eu fico constrangida de me trocar na frente dos meninos”, afirmou.
Thais é uma mulher lésbica, cisgênero. Ela não é transsexual, não se reconhece como homem. Sendo mulher ela usa o banheiro feminino independente da loja que ela compra suas roupas.
Em nota à Catraca Livre, o Makro afirma que Thais, quando admitida pela empresa, se apresentou como Thalyson e pediu para ser tratada no gênero masculino. Confira:
“O Makro informa que tão logo recebeu a informação da liminar, iniciou uma apuração para esclarecer e elucidar os fatos.
A rede esclarece que a funcionária terceira Thais de Paula Cyriaco, contratada de uma empresa que presta serviço de limpeza à loja de Campinas, solicitou ao seu empregador que fosse tratada pelo gênero masculino, adotando o nome de Thalyson.
O Makro foi comunicado deste posicionamento pela empresa terceirizada e, alinhado com seus valores de respeito à diversidade e à inclusão, imediatamente apoiou a decisão pessoal da funcionária, assim como sua escolha em utilizar o banheiro que melhor refletisse sua identidade de gênero.
De acordo com seu código de conduta, o Makro não admite qualquer tipo de discriminação ou preconceito e reitera que acatou de imediato a decisão da liminar.
Como parte dos seus valores e de sua política, a rede reforçará seu posicionamento junto aos funcionários e quadro de fornecedores, enquanto avança nas investigações mediante os novos fatos apresentados”.