Líder católico diz que aborto em menina de 10 anos é ‘crime hediondo’
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota criticando a decisão da Justiça
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirmou em uma mensagem divulgada nesta segunda-feira, 17, que o aborto realizado para interromper a gravidez gerada na menina de 10 anos estuprada pelo tio, no Espírito Santo, se trata de um ‘crime hediondo’. Para ele, há dois crimes hediondos envolvidos no caso: a violência sexual e o aborto.
“A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se justifica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças. As omissões, o silêncio e as vozes que se levantam a favor de tamanha violência exigem uma profunda reflexão sobre a concepção de ser humano”, escreveu o presidente da CNBB.
A menina, que realizou um procedimento de aborto legal na última segunda-feira e tem quadro estável, relatou que o tio, de 33 anos, abusava dela desde que tinha 6 anos.
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Leia a íntegra da mensagem
“Em oração, peço a Deus consolação para todos os envolvidos nessa desafiadora e complexa situação existencial, que feriu de morte a infância, consternando todo o país. O precioso dom da vida precisa ser, incondicionalmente, respeitado e defendido. Ante a complexidade do ocorrido, devemos ser humildes, reconhecendo as limitações humanas, e sempre compassivos- sejamos sinais do amor de Deus.
Lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses, cuja mãe é uma menina de dez anos. Dois crimes hediondos. A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se justifica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças. As omissões, o silêncio e as vozes que se levantam a favor de tamanha violência exigem uma profunda reflexão sobre a concepção de ser humano.”