Líder do PSL na Câmara diz que vai implodir Bolsonaro e volta atrás
Delegado Waldir foi questionado sobre áudio e disse: 'Somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim volta ao aconchego'
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), afirmou, nesta quinta-feira, 17, que vai “implodir o presidente”Jair Bolsonaro. A declaração foi dada em uma reunião interna da ala ligada ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE). Porém, horas depois Waldir voltou atrás. Com informações do portal ‘G1’.
O áudio do encontro, em que o deputado diz que vai implodir o presidente após chamá-lo de ‘vagabundo’, foi gravado por um dos presentes, o deputado Daniel Silveira, do PSL do RJ, que admitiu ser o responsável pela gravação, após entrar “infiltrado” na reunião.
“Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em mais de 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, afirma Waldir. Logo em seguida, alguém não identificado o alerta: “Cuidado com isso, Waldir”.
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Horas depois, com a grande repercussão que o áudio alcançou, o deputado Delegado Waldir, voltou atrás e disse não ter “nada” para usar contra o presidente Jair Bolsonaro. Disse também querer “pacificar” a bancada do partido.
De acordo com Waldir, a declaração, dada em meio à crise que atinge o PSL, foi feita em um “momento de emoção”.
“O que o senhor tem para implodir o presidente?”, indagou um jornalista. “Nada. É só questão de… É uma fala de emoção, né? Um momento de sentimento”, respondeu.
Questionado, então, se a crise passou, Delagado Waldir respondeu: “Nós somos Bolsonaro. Nós somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim ela volta ao aconchego”.
Na sequência, o deputado quis “pacificar” a bancada do PSL. Segundo ele, os 53 parlamentares votarão “integralmente” conforme os interesses do governo. “Não tem nenhuma ruptura, não tem nenhuma perseguição, não tem nada”, completou.
Crise no PSL
O PSL enfrenta uma crise que envolve a direção nacional da legenda, o presidente da República e a cúpula do governo federal e os deputados federais e senadores da legenda.
Desde a semana passada, as alas ligadas a Bolsonaro e ao presidente do PSL, Luciano Bivar, travaram uma disputa interna.
A briga começou quando Bolsonaro disse para um apoiador “esquecer” o PSL porque Bivar está “queimado para caramba”.
Disputa pela liderança
Delegado Waldir como líder do PSL na Câmara, é ligado a Luciano Bivar. Na quarta, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), ligado a Bolsonaro, anunciou uma lista com assinatura de deputados para tirar Waldir do cargo e substituí-lo pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República.
Logo em seguida, porém, Waldir conseguiu uma outra lista, para retomar o posto.
Mais cedo, nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados validou a lista que mantém Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara.
Também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro tirou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) do posto de líder do governo no Congresso. Joice assinou a lista que devolvia a Waldir a liderança do PSL.
Cabe ao líder de bancada, por exemplo, orientar o voto dos deputados conforme os interesses do partido; indicar representantes da legenda nas comissões; e articular com os parlamentares a atuação política no Congresso.