Líder do PSL na Câmara diz que vai implodir Bolsonaro e volta atrás

Delegado Waldir foi questionado sobre áudio e disse: 'Somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim volta ao aconchego'

17/10/2019 18:55 / Atualizado em 18/10/2019 19:13

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), afirmou, nesta quinta-feira, 17, que vai “implodir o presidente”Jair Bolsonaro. A declaração foi dada em uma reunião interna da ala ligada ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE).  Porém, horas depois Waldir voltou atrás. Com informações do portal ‘G1’.

Líder do PSL na Câmara diz que vai implodir Bolsonaro e volta atrás
Líder do PSL na Câmara diz que vai implodir Bolsonaro e volta atrás - Agência Brasil

O áudio do encontro, em que o deputado diz que vai implodir o presidente após chamá-lo de ‘vagabundo’, foi gravado por um dos presentes, o deputado Daniel Silveira, do PSL do RJ, que admitiu ser o responsável pela gravação, após entrar “infiltrado” na reunião.

“Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em mais de 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, afirma Waldir. Logo em seguida, alguém não identificado o alerta: “Cuidado com isso, Waldir”.

Horas depois, com a grande repercussão que o áudio alcançou, o deputado Delegado Waldir, voltou atrás e disse não ter “nada” para usar contra o presidente Jair Bolsonaro. Disse também querer “pacificar” a bancada do partido.

De acordo com Waldir, a declaração, dada em meio à crise que atinge o PSL, foi feita em um “momento de emoção”.
“O que o senhor tem para implodir o presidente?”, indagou um jornalista. “Nada. É só questão de… É uma fala de emoção, né? Um momento de sentimento”, respondeu.

Questionado, então, se a crise passou, Delagado Waldir respondeu: “Nós somos Bolsonaro. Nós somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim ela volta ao aconchego”.

Na sequência, o deputado quis “pacificar” a bancada do PSL. Segundo ele, os 53 parlamentares votarão “integralmente” conforme os interesses do governo. “Não tem nenhuma ruptura, não tem nenhuma perseguição, não tem nada”, completou.

Crise no PSL

O PSL enfrenta uma crise que envolve a direção nacional da legenda, o presidente da República e a cúpula do governo federal e os deputados federais e senadores da legenda.

Desde a semana passada, as alas ligadas a Bolsonaro e ao presidente do PSL, Luciano Bivar, travaram uma disputa interna.

A briga começou quando Bolsonaro disse para um apoiador “esquecer” o PSL porque Bivar está “queimado para caramba”.

Disputa pela liderança

Delegado Waldir como líder do PSL na Câmara, é ligado a Luciano Bivar. Na quarta, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), ligado a Bolsonaro, anunciou uma lista com assinatura de deputados para tirar Waldir do cargo e substituí-lo pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República.

Logo em seguida, porém, Waldir conseguiu uma outra lista, para retomar o posto.

Mais cedo, nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados validou a lista que mantém Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara.
Também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro tirou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) do posto de líder do governo no Congresso. Joice assinou a lista que devolvia a Waldir a liderança do PSL.

Cabe ao líder de bancada, por exemplo, orientar o voto dos deputados conforme os interesses do partido; indicar representantes da legenda nas comissões; e articular com os parlamentares a atuação política no Congresso.