Líder de motociata convoca apoiadores de Bolsonaro a “matar e quebrar urnas”

Empresário, ex-cantor gospel e organizador da motociata é acusado de incentivar a violência no próximo dia 30

A três dias do segundo turno das eleições presidenciais, notícia divulgada pelo Uol sinaliza o cenário de animosidade política protagonizada por grupos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

Jackson Villar e Bolsonaro

A reportagem mostra conteúdos vinculados a um grupo no Telegram intitulado “Nova Direita 70 milhões”, vazados por uma fonte que preferiu o anonimato, em que o comerciante, radialista e simpatizante do atual presidente Jackson Villar da Silva propõe uma série de estratégias de ataques às urnas no próximo domingo, 30.

Nas mensagens, direcionadas a cerca de 182 mil membros entre os dias 3 e 23 de outubro, Villar conclama diversas práticas criminosas aos participantes do grupo caso Jair Bolsonaro não reverta a vantagem contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  Entre as mensagens apuradas pela reportagem, destacam-se trechos como “quebrar esquerdistas no cacete”, “quebrar a urna eletrônica no pau” e que “cientista político tem que apanhar”.

O comerciante não se furtou a repetir uma prática comum entre apoiadores de Bolsonaro, que tem praticado deliberadamente atos de discriminação e preconceito contra nordestinos. Em uma das mensagens, Villar se refere ao povo baiano como “descarados e vagabundos” ao lembrar a superioridade de Lula em relação a Bolsonaro no estado. E completa “baiano é gente boa, mas ele é meio descarado. É falso. Eu conheço a natureza do baiano, o negócio dele é se requebrar”, diz Villar que já foi cantor gospel.

Em tom de ameaça, o empresário incita a prática de agressões e sugere assassinar eleitores petistas:  “Você tem que falar assim: ‘Os cara vão te ‘passar’ [expressão para matar], os cara vão caçar todo mundo que é petista. Você vai convencer uma alma sebosa com o medo, entendeu? Ele só respeita o cacete.”

Motociata: quem é Jackson Villar ?

Comerciante, radialista, cantor gospel e organizador do evento “Acelera Para Cristo”, Jackson Villar da Silva foi responsável pela motociata que, em junho de 2021, partiu de São Paulo com destino à cidade de Americana, no interior paulista, mobilizando milhares de apoiadores do atual presidente, ignorando todos os protocolos sanitários adotados na época.

O episódio, que contou com a participação de Bolsonaro e que, segundo ele mesmo, enaltecia “os valores valores da família, o patriotismo e em parte para defender o governo”, teria custado R$ 1 milhão aos cofres públicos e envolveu 1.900 PMs e três helicópteros, segundo investigação do Ministério Público Estadual.

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