Lideranças feministas convocam ofensiva contra a extrema direita
Manifesto feminista foi lançado na semana do Dia Internacional da Mulher
Na semana do Dia Internacional da Mulher, lideranças feministas lançaram um manifesto contra o fortalecimento da extrema direita. O documento internacional foi divulgado nesta quarta-feira, 6, e destaca a importância de lutar contra a intolerância e outras situações que tomam conta do mundo atual em função de um conservadorismo exacerbado, como o aumento dos casos de feminicídio, a desigualdade de direitos entre gêneros, a crise climática, o racismo, a segregação entre nações e mais.
De acordo com o texto, intitulado “Para além do 8 de março: rumo a uma internacional feminista“, estamos vivendo uma crise que extrapola os limites da economia, sendo política e ecológica também. É uma situação complexa e que coloca em risco o futuro das próximas gerações, principalmente das minorias.
“Dos EUA à Argentina, do Brasil à Índia, Itália e Polônia, governos e partidos de extrema direita constroem muros e cercas, atacam os direitos e liberdades LGBTQ+, negam às mulheres a autonomia de seu próprio corpo e promovem a cultura do estupro, tudo em nome de um retorno aos “valores tradicionais” e da promessa de proteger os interesses das famílias de etnicidade majoritária”, diz um dos trechos.
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Para contornar estas situações, as mulheres estão mostrando resistência. Em diversos países, movimentos feministas estão surgindo para combater governos e decisões autoritárias. O manifesto cita, por exemplo, o “Ele Não”, que reuniu mulheres de todo o país contra a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República.
“Os protestos ocorreram em mais de trezentas cidades no Brasil e em todo o mundo. Hoje, Bolsonaro está colocando em prática uma guerra contra os pobres, as mulheres, as LGBTQ+ e as pessoas negras. Ele apresentou uma reforma da previdência draconiana e afrouxou as leis de controle das armas. Feminicídios estão disparando num país que já em 2018 tinha um dos maiores números de feminicídios do mundo, sendo 70% dessas mulheres assassinadas negras. 126 feminicídios já ocorreram em 2019”, destaca o manifesto sobre o movimento feminista brasileiro.
Chamamento
O documento ainda faz um chamamento para que após este 8 de março (Dia Internacional da Mulher), grupos feministas e pessoas LGBTQ+ enviem uma resposta global à extrema direita, com reuniões internacionais e assembleias. O dia 14 também será muito significativo no Brasil, pois marca um ano da morte da vereadora Marielle Franco. “Para tornar-se o freio de emergência capaz de deter o trem do capitalismo global, que descamba a toda velocidade em direção à barbárie, levando a bordo a humanidade e o planeta em que vivemos”.
Quem quiser apoiar a causa, pode acessar a íntegra do manifesto clicando aqui e assinar o documento.