Lotados, hospitais privados em São Paulo pedem socorro ao SUS
Pelo menos 15 hospitais estão 100% ocupados precisando de vagas para pacientes com covid-19, que aguardam em fila
Pelo menos 15 hospitais da rede privada solicitaram leitos de UTI e enfermaria à prefeitura de São Paulo por estarem 100% ocupados, sem nenhuma vaga e com fila de pacientes com covid-19. A informação é do secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, em entrevista à rádio CBN, nesta terça-feira, 16.
“Nos últimos quatro dias, tivemos solicitação de 30 leitos de UTI e enfermaria para atender um conjunto de hospitais privados, de convênio, que estão com seus equipamentos completamente lotados e esgotados”, afirmou Edson Aparecido.
Dentre os hospitais que estão completamente lotados e pediram ajuda ao SUS, estão Albert Sabin, Nove de Julho, Edmundo Vasconcelos, Nossa Senhora de Lourdes, Igesp, São Camilo, Nipo Brasileiro e Santa Paula.
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Edson apontou que a situação é inédita, pois normalmente quem aluga leitos hospitalares da rede privada é o setor estado, ou seja, o oposto do que está acontecendo neste momento.
No início do mês, o secretário participou de uma reunião com os diretores de hospitais privados para solicitar ajuda para o atendimento de pessoas internadas por outras doenças. O objetivo era justamente liberar leitos para pacientes com Covid-19.
O estado de São Paulo registrou 679 novas mortes provocadas pela Covid-19 nesta terça-feira — um recorde, o maior em 24 horas desde o início da pandemia. Os casos confirmados da doença neste período foi de 17.684.
O que acontece na capital paulista é reflexo do estado e no país. São Paulo tem atualmente 24.285 pacientes internados por Covid-19, o maior número desde o começo da pandemia, no ano passado.
Ainda de acordo com o governo do estado, essa terça-feira é o segundo dia consecutivo que o estado ultrapassa a marca de 10 mil internados em UTI. As taxas de ocupação de leitos de UTI chegaram a 89% e 90,5% na Grande São Paulo.
Na última entrevista coletiva do governo do estado, o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus, João Gabbardo dos Reis, já havia afirmado que a tendência é de piora dos índices de casos, mortes e leitos ocupados.
Para tentar conter o avanço da covid-19, desde ontem, o estado de São Paulo está em fase emergencial, a mais restritiva do Plano São Paulo, desde o início da pandemia.
O cenário só deve melhorar daqui 15 dias, até lá o comitê espera situação ainda pior do que a vista nesta terça-feira.