Lula completa um ano preso neste domingo; relembre os fatos
Veja como foi a rotina do ex-presidente dentro da cela no prédio da Polícia Federal, em Curitiba
Neste domingo, 7 de abril, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa um ano preso no prédio da Polícia Federal, em Curitiba. Neste período, o líder petista continuou a atuar politicamente e a exercer o comando estratégico de seu partido, embora agora longe dos palanques.
Lula vive há 365 dias dentro de um dormitório de 15 metros quadrados, sem grades, e composto por banheiro, armário, mesa com quatro cadeiras, esteira ergométrica e um aparelho de TV com entrada USB e que só inclui canais abertos, segundo informações da Folha de S.Paulo.
A rotina do ex-presidente no último ano foi marcada por encontros diários com advogados, visitas de parentes, amigos e correligionários, leitura de livros — ele leu mais de 25 obras —, consumo de telejornais e exercícios na esteira.
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
Logo pela manhã, sempre antes 7h, Lula ouve um “bom dia, presidente!”, vindo de militantes do acampamento Lula Livre, montado em um terreno na frente da PF. Depois, conversa por uma hora com o advogado Luiz Carlos da Rocha, o Rochinha. Na parte da tarde, fala com Manoel Caetano também pelo mesmo período. No resto do tempo, permanece isolado no quarto.
Toda quinta-feira recebe visita de dois amigos, geralmente políticos, pela manhã, e de parentes à tarde. O petista sai apenas três vezes por semana para o banho de sol em um pequeno espaço de 40 metros quadrados. Ele também recebia líderes religiosos, mas a juíza Carolina Lebbos proibiu esses encontros desde janeiro.
Três vezes por semana, o agente Chastalo mede o índice de glicemia no sangue do ex-presidente, que é pré-diabético, usando uma maquininha dada pelos familiares do preso. Neste ano, Lula se consultou pelo menos três vezes com seus médicos na própria cela.
A cela, inclusive, virou local de articulação política nas eleições de 2018. O presidenciável Fernando Haddad e outros petistas com diploma de advogado, como o ex-deputado Wadih Damous e o ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza, receberam procuração para defender o ex-presidente. Dessa forma, podiam se reunir fora dos dias de visita com o pretexto de cuidar de sua defesa.
Lula deixou o local da prisão somente duas vezes, sendo uma delas para ir ao velório de seu neto de 7 anos, no dia 1 de março. Dentro da cela, ele também soube da morte do irmão Genival Inácio da Silva, de 79 anos, conhecido como Vavá, que lutava contra um câncer.
Nenhum recurso pedido pelos advogados conseguiu garantir sua liberdade. Na última quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou sem data definida as discussões da próxima semana sobre uma mudança de jurisprudência para os condenados em segunda instância, o que poderia tirar Lula da prisão.
Agora, tudo está nas mãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que poderá examinar seu recurso nos próximos dias. A prisão domiciliar tem sido mencionada, mas não há nada certo ate o momento. De acordo com pessoas próximas, o petista acredita que sua liberdade não depende de questões jurídicas. Ele afirma só poderá ser solto quando o ambiente político mudar.
O ex-presidente foi condenado em primeira e segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Em fevereiro de 2019, foi sentenciado a outros 12 anos e 11 meses, pela acusação relativa ao sítio de Atibaia.