Machismo no futebol: Messi, sozinho, ganha o dobro de 1.693 jogadoras
Enquanto o argentino receberia cerca de US$ 84 milhões (R$ 320 milhões), as atletas receberiam, juntas, US$ 42,6 milhões (R$ 162 milhões)
Apesar de estarmos apenas em junho, é possível dizer: 2019 pode ser considerado o ano do futebol feminino. Para além da eliminação da seleção brasileira no último domingo, 23, nunca na história da modalidade uma competição teve tamanha repercussão quanto a Copa do Mundo da França.
Seja na valorização das mulheres dentro de campo, pela cobertura midiática, no apoio da torcida, da publicidade ou debatendo as injustiças e dificuldades que envolvem o esporte, o fato é que elas estão conquistando seu lugar numa das categorias esportivas mais sexistas da atualidade.
Ainda assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente uma pesquisa que evidencia o verdadeiro abismo da disparidade salarial entre atletas homens e mulheres.
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Desigualdade em números
Em um ano, Lionel Messi, jogador do Barcelona, recebe o dobro do pagamento que 1.693 jogadoras das principais ligas do mundo recebem juntas.
⚽️ 1 male soccer player makes almost double as much as the combined salaries of all players in the top 7 women’s soccer leagues.
During the #WomensWorldCup2019, join @UN_Women in demanding equal pay for #WomenInSport. https://t.co/5xnSaUqEO1 pic.twitter.com/SMr23362hg
— United Nations (@UN) June 23, 2019
Ou seja, enquanto o argentino receberia cerca de S$ 84 milhões (R$ 320 milhões), as atletas receberiam, juntas, US$ 42,6 milhões (R$ 162 milhões).
Levante feminino
Considerada uma das melhores jogadoras da atualidade, a norueguesa Ada Hegerberg resolveu tomar uma atitude radical para expressar seu descontentamento. Em oposição às diferenças de premiações, não atua pela seleção norueguesa – quarta finalista da copa e uma das maiores potências nos gramados femininos.
Entre as atletas norte-americanas, que vestem a camisa da equipe mais vitoriosa da modalidade, a jogadora Megan Rapinoe lidera um movimento que, recentemente, entrou com processo contra a federação futebolística do país pedindo igualdade salarial.
A exemplo de outras medalhões que lutam pela equidade salarial no esporte, a atacante Marta, que na França se tornou artilheira de todas as Copas do Mundo, também mandou seu recado. Ao fazer gol contra a Austrália, na segunda rodada da fase de grupos, ela demonstrou o símbolo da campanha ‘Go Equal’, sobre essa causa, que levava na chuteira.
Ainda que a busca por direitos aparente um caminho distante, o legado foi deixado. E, que 2019, seja apenas o primeiro gol nesta difícil partida contra a cultura do patriarcado. Com informações do site Esporte Fera.