Mãe causa revolta ao ‘fantasiar’ filho de escravo para Halloween

"Quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo", escreveu a mulher no Instagram

30/10/2018 11:28 / Atualizado em 05/05/2020 12:05

As fotos foram publicadas pela mãe nas redes sociais
As fotos foram publicadas pela mãe nas redes sociais - Reprodução / Instagram

Uma mulher causou revolta ao “fantasiar” seu filho de escravo para uma festa de Halloween em uma escola particular de Natal, no Rio Grande do Norte. As fotos foram publicadas nas redes sociais pela mãe da criança na noite desta segunda-feira, 29.

“Quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo”, escreveu a mulher em sua conta no Instagram. Nas imagens, o garoto aparece vestido com túnicas brancas, uma faixa na cabeça, e ainda usa maquiagem para simular as cicatrizes e ferimentos no corpo. Além disso, a mãe colocou no filho correntes e grilhões, que foram instrumentos usados na tortura e aprisionamento de escravos.

No comentários da publicação, usuários elogiaram a “criatividade e realismo da fantasia”. “Meninaaaaa perfeito!!!”, comentou uma internauta. Depois, surgiram críticas à atitude racista da mulher. O cantor Marcelo D2 republicou as imagens e escreveu: “Quando você pensa que já viu de tudo na vida”.

Após a publicação do cantor viralizar, a mãe se manifestou. “Não leiam livros de história do Brasil. Eles dizem que existiu escravidão de negros no País, mas isso é mentira. Não discuta com essa afirmação, pois você estará sendo racista, A PIOR PESSOA, um lixo. Só não entendi ainda se o problema foi o a fantasia ou o ’17’ na foto.”

Em nota, o Centro de Educação Integrado, onde a criança estuda, informou que “não compactua com expressões de racismo ou preconceito”.

“Lamentavelmente, a escolha do traje para a participação do Halloween, feita pela família do aluno, tocou numa ferida histórica do nosso país. Amargamos as sequelas desse triste período até os dias de hoje. Não incentivamos nem compactuamos com qualquer tipo de expressão de racismo ou preconceito, tendo os princípios da inclusão e convivência com a diversidade como norte da nossa prática pedagógica”, afirma o colégio.

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Posted by Jornalistas Livres on Monday, October 29, 2018