Mãe de jovem morto pela PM diz que polícia não deixou que o socorressem

No programa Encontro com Fátima Bernardes, Roseane da Silva Ribeiro, mãe de Rogério, disse que filho só foi levado ao hospital 40 minutos depois de baleado

Por edson
12/08/2020 18:52

A mãe do jovem morto pela PM na zona sul de São Paulo no domingo, 9, disse nesta quarta, 12, no programa Encontro com Fátima Bernardes, que a polícia não permitiu o socorro a seu filho.

Mãe de Rogério esteve no programa de Fátima Bernardes
Mãe de Rogério esteve no programa de Fátima Bernardes - Reprodução/TV Globo

Roseane da Silva Ribeiro, mãe de Rogério Ferreira da Silva Júnior, de 19 anos, baleado depois de ter sido perseguido e abordado por dois PMs de motocicleta, afirmou que “chegando lá já estava o bairro inteiro lá pra tentar socorrer, mas eles não deixaram socorrer meu filho”.

“Eu implorei, pedi pelo amor de Deus para deixar a gente socorrer”, contou Roseane.

De acordo com a mãe de Rogério, só depois de 30 ou 40 minutos de insistência é que os PMs permitiram que o rapaz, que fazia aniversário no domingo, fosse socorrido.

Um vizinho, então, levou o jovem de carro para um hospital, mas ele já chegou sem vida.

Rogério, o jovem morto pela PM, andava com a moto emprestada de um amigo perto de sua casa, no Sacomã, zona sul de São Paulo, quando foi cercado por dois policiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas).

Em vídeo gravado por uma câmera de segurança, é possível ver que a velocidade da moto é reduzida até que pare perto da calçada.

A seguir, o rapaz tomba junto com o veículo.

Ele teria sido baleado momentos antes de cair, enquanto ainda trafegava.

Sobre o motivo de ter atirado, o PM argumentou que Rogério teria feito um sinal de que iria sacar uma arma, mas o jovem estava desarmado.

“Meu filho nunca pegou numa arma”, afirmou Roseane. “Eu prometi para o meu filho no IML que eu ia lutar por justiça. Dessa vez eles erraram feio, ele era inocente de tudo”, frisou.

A versão de legítima defesa “putativa” – de reação contra uma agressão imaginada, mas na realidade não existente – foi inicialmente aceita pela Polícia Civil e pela Corregedoria da PM.

Mas elas ainda devem analisar o vídeo gravado pela câmera de segurança sobre o jovem morto pela PM.