Mãe de Leandro Lo diz que PM que matou filho também é lutador de jiu-jítsu
Fátima Lo falou que o responsável por matar seu filho já o conhecia: "A pessoa já foi para isso, a gente não sabe o porquê"
Fátima Lo, mãe de Leandro Lo Pereira do Nascimento, campeão mundial de jiu-jítsu, falou nesta segunda-feira, 8, que o policial militar que atirou e matou seu filho também praticava a arte marcial, conhecia o atleta e provocou a confusão durante o show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo.
“Ele era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele… E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê”, contou a mãe de Leandro Lo.
“Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão gente, justamente para o Leandro reagir e nessa ele tirou a vida do meu filho”, falou Fátima em entrevista para a TV Globo.
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A declaração aconteceu em frente ao Cemitério do Morumby, na Zona Sul da capital, onde foi realizado o velório de Leandro. O atleta morreu neste domingo, 7, depois de ser baleado na cabeça pelo tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo.
Um pouco mais cedo, a mãe de Leandro publicou uma homenagem ao filho nas redes sociais.
“Meu herói, lindo da mãe! Você foi um presente de Deus na minha vida. Vou sentir tanta sua falta, tá faltando um pedaço de mim. Te amo eternamente filho amado. Guardarei as lembranças boas que foram muitas. Vc fazia eu me sentir a mãe mais amada do mundo. Muito obrigada pelo seu amor , seu cuidado. Te amo muito, saudade eterna”, escreveu Fátima Lo.
https://twitter.com/MidiasSo/status/1556621785340198912
PM de folga e sem farda
Henrique estava de folga e sem farda no dia da briga quando disparou na cabeça do lutador. Ele se apresentou ainda no domingo à Corregedoria da PM, onde foi detido. A Polícia Civil, que está investigando o caso, pediu a prisão do policial militar. Por determinação da Justiça, o tenente foi preso temporariamente por 30 dias. Ele está no presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista.
Segundo o advogado do lutador, Leandro teve morte cerebral confirmada. Oficialmente, a Secretaria de Saúde não confirma a informação a pedido da família.
No documento enviado à Justiça, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo define o policial militar como “autor do homicídio”.
De acordo com o advogado da família de Lo, Ivan Siqueira Junior, o lutador discutiu com o PM. Para acalmar a situação, Lo imobilizou o homem que, depois de se afastar, pegou uma arma e atirou apenas uma vez na cabeça do atleta.
O advogado relata que, depois do tiro, o agressor ainda deu dois chutes em Leandro no chão e fugiu. Pouca gente ouviu o barulho do tiro devido ao som alto do show.
Um amigo do lutador que estava presente no crime disse que o autor do tiro estava sozinho e provocou Lo e mais cinco amigos, que estavam em uma mesa do evento.
“Ele chegou, pegou uma garrafa de bebida da nossa mesa. O Lo apenas o imobilizou para acalmar. Ele deu quatro ou cinco passos e atirou”, contou a testemunha, que pediu para não ser identificada.