Magno Malta, aliado de Bolsonaro, criou trio elétrico fantasma
Conheça a vida de Magno Malta
Mais um rumor na vida do senador Magno Malta, cotado para Ministro da Família de Jair Bolsonaro.
Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o aluguel de R$ 120 mil de um trio elétrico registrado em nome de Cleomar Marcelo Santana, conhecido como Mazinho.
Mas Mazinho declarou ao Globo não ser verdade: R$ 120 mil é o preço do meu carro de som”.
Trecho da reportagem de O Globo:
“Localizado no fim de outubro, Mazinho reagiu incrédulo ao saber que o seu carro estava na prestação de contas do senador. Ao confirmar os dados no sistema do tribunal, ele acrescentou detalhes à história. Segundo o vendedor, o carro de som, apesar de estar em seu nome, era usado na cidade pelo vereador Ricélio Linhares (SD), que também é locutor. O parlamentar admitiu ter feito campanha para Malta no município.
A campanha de 2018 durou 45 dias. Em Vila Valério, o carro de som de Mazinho costuma ser alugado em eventos por valores que vão de de R$ 800 a R$ 1 mil, segundo O GLOBO apurou. Mesmo se tivesse sido alugado durante toda a campanha, o que, segundo Mazinho, não aconteceu, o aluguel não teria chegado perto do valor informado ao TSE— os R$ 120 mil divididos por toda a campanha implicariam em um gasto diário de R$ 2,6 mil.”
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Conheça detalhes da vida de Malta lendo sua biografia do Wikipedia
Meio Milhão em Gasolina
De abril de 2009 até julho de 2018, Magno Malta gastou R$ 472 mil em combustível em dois postos de gasolina em Vila Velha, no Espírito Santo.O alto valor, quase meio milhão de reais, foi consumido em gasolina por cota parlamentar. O volume de combustível adquirido por Malta e seus assessores nos postos, considerando a média atual de gasolina no Espírito Santo, seria suficiente para adquirir 105.593 litros de gasolina, permitindo percorrer 1.055.930 km com um carro padrão de autonomia de 10 km/l. Embora estes valores sejam subestimados, já que a conta é feita com o elevado valor atual do litro da gasolina, ainda assim seria possível atravessar o estado do Espírito Santo, em linha reta, de norte a sul, 2.823 vezes. Nesta suposição, Magno Malta e sua equipe teriam cruzado o estado a cada 29 horas ao longo dos últimos nove anos. [1]
Outro fator importante neste caso é que os dois postos abastecidos por Malta e seus assessores pertencem a mesma pessoa, José Tasso Oliveira de Andrade, ex-deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil do Espírito Santo (1999-2001), condenado a segunda instância por roubo de dinheiro público.[2]
PLC 122/2006
No dia 18 de outubro de 2007, em discurso na tribuna do Senado Federal, Magno Malta se opôs à aprovação do projeto de lei 122 de 2006, da então deputada Iara Bernardi, o qual criminaliza a homofobia de forma contestada por algumas denominações evangélicas e outros segmentos da sociedade. Para o senador, o projeto de lei puniria pastores e padres que proibissem “homossexuais de se beijarem dentro de igrejas”, porque estariam discriminando o “gesto afetivo”. Ele também disse que, caso os homossexuais tivessem um “ato sexual embaixo de sua janela”, todos que discriminassem seu “gesto afetivo” iriam presos.[15]
Além disso, Malta alegou que, pela redação do projeto de lei da Câmara 122 de 2006 necrófilos e pedófilos poderiam dizer que “sua orientação sexual é transar com crianças”.[16]
Durante as investigações descobriu-se que o segundo suplente de Magno Malta, o pastor Nilis Castberg, foi nomeado por “ato secreto” no Conselho de Ética, durante a análise do processo de cassação do Senador.[1
Acusações de denúncia falsa e tortura
Em setembro de 2018, o ex-cobrador de ônibus Luiz Alves de Lima acusou o político de tê-lo torturado a ponto de quase ter sido morto, após acusá-lo de ter estuprado da própria filha. Magno Malta convocou a imprensa acusando o cobrador de estuprador, sendo apresentado pela mídia como o herói que denunciou o caso.
Face as provas que indicavam não ter havido violência contra a menor, Luíz Alves de Lima foi absolvido em 2016. Praticamente cego, devido as torturas que foi submetido, e sem condições de voltar a trabalhar, restou-lhe buscar indenização ao Estado, ficando com um pensão de R$ 2 mil mensais.[18]
Aborto
Magno Malta é relator da Sugestão Legislativa n° 15 de 2014[19][20] que pretende regular a interrupção voluntária da gravidez, dentro das 12 primeiras semanas de gestação, pelo Sistema Único de Saúde.[21] O tema já foi debatido em seis audiências públicas.[22][23][24][25][26][27]
A sugestão é de autoria de um cidadão de São Paulo, enviada para o Portal e-Cidadania e obteve 20 mil apoios de outros internautas para ser debatida na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Mesmo 51 % da população sendo favorável à proposta, o relatório do senador foi pela rejeição.[28]
Reeleição de 2010
Em 2010, Magno Malta se reelegeu focando sua campanha na CPI da pedofilia e na CPI do narcotráfico. A campanha recebeu críticas de pastores evangélicos e da Cúpula da Igreja Católica no Estado, que chegou a divulgar uma carta de protesto: “não concordamos que a dor, a humilhação e o sofrimento das crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e tráfico de drogas e de armas, sejam transformados em espetáculo para angariar votos.”
Dentre as maiores contribuições de campanha de Magno Malta estiveram empreiteiras e construtoras que doaram R$ 1.700.000 dos quase 3 milhões arrecadados (60% do total). O partido de Magno Malta, o PR, comanda o Ministério dos Transportes, órgão que contrata empreiteiras para realizar obras de grandes investimentos. Desde então, várias empresas que financiaram a campanha do Senador ganharam licitações questionadas pelo Tribunal de Contas da União, como a Contractor, Serveng e SA Paulista.[29]
Em dezembro de 2016, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[30] Em julho de 2017 votou a favor da reforma trabalhista.[31]
Ministério dos Transportes
O chamado “escândalo do Ministério dos Transportes” revelou acertos entre empreiteiras com o PR, partido de Magno Malta, que receberia propinas em troca de obras superfaturadas. O escândalo derrubou o ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) e Geraldo Lourenço, diretor de Infraestrutura Ferroviária e diretor interino de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), indicado por Magno Malta.[32] Outra indicação do senador no Ministério foi seu próprio irmão, Maurício Pereira Malta[33], para o cargo de chefia da assessoria parlamentar do Dnit, que cuida dos interesses dos parlamentares ligados às obras do Orçamento
Suspeitas de corrupção
“Sanguessugas”
Em 2007, seu nome foi envolvido entre os políticos que desviaram recursos públicos destinados para compra de ambulâncias no Ministério da Saúde.[34][35] A família Ventoin, dona da empresa Planam, afirmou ter dado um Fiat Ducato para Malta como parte do pagamento de propina pela apresentação e liberação de uma emenda parlamentar para aquisição de ambulâncias. Chegou a ser indiciado pela CPI dos Sanguessugas mas acabou absolvido na Comissão de Ética do Senado que seguiu o parecer do relator Demóstenes Torres, que orientava arquivamento por falta de provas, em 28 de novembro daquele ano, juntamente com os dois outros senadores acusados: Ney Suassuna e Serys Slhessarenko.[36]
Atos secretos
O nome de Magno Malta também aparece entre os beneficiados dos atos secretos[37] que veio a público após uma série de denúncias sobre a não publicação de atos administrativos, tais como de nepotismo e medidas impopulares, por exemplo, a extensão da assistência odontológica e psicológica vitalícia a cônjuges de ex-parlamentares, foram noticiadas na mídia, em junho de 2009. Onde o então professor da Faculdade de Direito da UERJ, Gustavo Binenbojm afirmou “A não publicação é o caminho mais usado para a prática de improbidade administrativa. Evita o conhecimento da sociedade e dos órgãos de controle. Provavelmente foi este o objetivo”.[38]Investigações internas do senado, motivadas pelas denúncias, apontou irregularidades em todos os contratos de prestação de mão de obra.[39]
Recebimento de valores não declarados
Em agosto de 2016, a Folha de S. Paulo publica trechos de e-mails enviados em 8 de setembro de 2014, indicando um suposto repasse de cem mil reais não declarados a Magno Malta. Nota fiscal referente a uma consultoria prestada à fabricante de móveis Itatiaia com valor superior ao que seria recebido (nota fria) seria utilizada para a operação. O senador negou, por nota à imprensa, o recebimento de dinheiro da Itatiaia e ressaltou não ter cometido crime algum, relacionando as acusações à exposição de sua imagem durante o impeachment de Dilma Rousseff.[40]