Maia desqualifica projeto de Moro e critica ministro de Bolsonaro

Maia chamou Moro de "funcionário de Bolsonaro"

20/03/2019 21:56

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disparou contra o ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Sergio Moro, na noite desta quarta-feira, 20. Para Maia, Moro – chamado por ele de “funcionário do presidente Bolsonaro” –, ultrapassa as competências do seu cargo quando cobra a tramitação do projeto batizado de “lei anticrime”.

O presidente da Câmara desqualificou o projeto anticrime apresentado por Moro dizendo que o texto é um “copia e cola” de proposta sobre o mesmo tema que foi apresentada no passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, enquanto era ministro da Justiça de Temer.

Rodrigo Maia critica Sergio Moro
Rodrigo Maia critica Sergio Moro - Agência Brasil: Maia/Marcelo Camargo e Moro/JoséCruz

“O funcionário do presidente Bolsonaro? Ele conversa com o presidente Bolsonaro e se o presidente Bolsonaro quiser ele conversa comigo. Eu fiz aquilo que eu acho correto [sobre a proposta de Moro]. O projeto é importante, aliás, ele está copiando o projeto direto do ministro Alexandre de Moraes. É um copia e cola. Não tem nenhuma novidade, poucas novidades no projeto dele”, respondeu Maia quando questionado se Moro estava se intrometendo na Câmara.

O questionamento é pertinente ao que aconteceu na semana passada, dia 14, quando Rodrigo maia determinou a criação de um grupo de trabalho para analisar o chamado projeto de lei anticrime de Moro e duas outras propostas parecidas que já tramitavam na Câmara. Esse grupo tem o prazo de 90 dias para debater as matérias, com isso, na prática Maia, no mínimo atrasou a tramitação do projeto de Moro na Câmara dos Deputados, o que irritou o ministro da Justiça.

Maia disse ainda que a votação da Lei Anticrime é para o futuro, a prioridade pra ele, e segundo ele, para Bolsonaro também, é aprovar a reforma da Previdência.

O deputado negou estar irritado com Moro e disse que o ministro “conhece pouco a política”.

“Eu sou presidente da Câmara, ele é ministro funcionário do presidente Bolsonaro. O presidente Bolsonaro é quem tem que dialogar comigo. Ele está confundindo as bolas, ele não é presidente da República, ele não foi eleito para isso. Está ficando uma situação ruim para ele. Ele está passando daquilo que é a responsabilidade dele. Ele nunca me convidou para perguntar se eu achava que a estrutura do ministério estava correta, se os nomes que ele estava indicando estavam corretos”, afirmou.