Mangueira homenageia Marielle e ganha prêmio d’O Globo
Segundo viúva da vereadora, Mônica Benício, a homenagem ressignificou o assassinato de sua ex-mulher
O Carnaval da resistência ganhou duas cores: verde e rosa. A Estação Primeira de Mangueira levou para a avenida na madrugada de terça-feira, 5, um enredo que recontou a história do Brasil por meio de heróis da resistência negros e índios. “História pra ninar gente grande” foi contado em 24 alas e cinco alegorias e citou, entre seus heróis, Marielle Franco, a vereadora do PSOL morta a tiros em março do ano passado.
Segundo a viúva da vereadora, Mônica Benício, que desfilou junto com a escola, a homenagem ressignificou o assassinato de sua ex-mulher.
“Isso só concretiza a ressignificação daquela noite de 14 de março, em que vai completar um ano do assassinato de Marielle sem que o estado brasileiro responda quem mandou matar. Acho que isso é uma resposta de que vai haver luta até a gente ter uma resposta para isso”, afirmou.
Mônica já havia falado sobre a emoção de ver Marielle como homenageada da escola. Em uma postagem em seu Instagram, ela comentou: “‘Na luta é que a gente se encontra”. Ontem foi só o aquecimento e já era quase impossível segurar toda emoção”.
Além de Marielle, com 3500 componentes, a Mangueira apresentou heróis como o guerreiro Sepé Tiaraju, que tentou evitar o massacre dos Guaranis pelas tropas de Portugal e da Espanha, mas também desconstruiu figuras figuras históricas como Princesa Isabel, Dom Pedro I e Pedro Álvares Cabral.
Pelo conjunto da obra, a escola verde e rosa ganhou o prêmio Estandarte de Ouro, oferecido pelo jornal O Globo, de melhor escola do Grupo Especial em 2019. A Mangueira teve reconhecido o desfile por completo – samba enredo, alegorias, fantasias, evolução.