Manifestantes saem às ruas dois dias após eleição de Bolsonaro

Os atos ocorreram em ao menos seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Fortaleza e Recife

Boulos participou da manifestação contra Bolsonaro
Créditos: Mídia Ninja
Boulos participou da manifestação contra Bolsonaro

Dois dias após sua eleição à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) foi alvo de protestos nesta terça-feira, 30. Como forma de resistência, manifestantes saíram às ruas em ao menos seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Fortaleza e Recife.

O ato foi organizado em função dos possíveis retrocessos do próximo governo, e cobrava a manutenção da democracia e a liberdade de manifestação após declarações feitas pelo presidente eleito a seus opositores.

Em São Paulo, a manifestação foi convocada por organizações formadas por movimentos sociais e centrais sindicais, a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular. O protesto teve início no vão do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, e foi até a Praça Roosevelt, na região da Consolação. De acordo com a organização, 30 mil pessoas compareceram.

No entanto, o fim do ato foi marcado por bombas e gritos no centro de São Paulo. Nas redes sociais, muitas pessoas relataram o ocorrido. A assessoria de imprensa da Polícia Militar disse que equipes do Choque atuaram para liberar as vias depois que garrafas de coquetel molotov teriam sido lançadas pelos manifestantes.

Durante a manifestação, opositores de Bolsonaro gritavam palavras de ordem, como “Ele não”, lema da campanha eleitoral contra o presidente eleito.

“Bolsonaro foi eleito presidente. Mas não imperador. Não pode passar por cima dos valores democráticos, da liberdade de manifestação e expressão. Precisa respeitar a oposição e os movimentos sociais, não ameaçá-los. Por isso estaremos nas ruas, pelas liberdades democráticas e por nossos direitos. Essa resistência é legítima e não iremos silenciar diante de qualquer ataque. Vamos sem medo!”, disse Guilherme Boulos, que disputou a Presidência pelo PSOL.

Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Boulos criticou a declaração de Bolsonaro, feita neste sábado, 28, de que “bandidos vermelhos” iriam “para fora ou para a cadeia”. “Tem que respeitar as oposições, e não dizer que vão para a cadeia ou para o exílio. Nós não vamos para cadeia ou para o exílio, vamos para a rua, que é nosso lugar de lutar por direitos e pela democracia”, afirmou.