Marcelo Madureira é hostilizado em ato no Rio por críticas a Bolsonaro

Ex-Casseta & Planeta, o humorista precisou ser escoltado pela PM para sair do local do protesto

25/08/2019 15:49 / Atualizado em 11/09/2019 12:13

Marcelo Madureira não economizou críticas ao governo atual
Marcelo Madureira não economizou críticas ao governo atual - Reprodução / Facebook

O humorista Marcelo Madureira, ex-Casseta & Planeta, teve que sair escoltado pela Polícia Militar de um ato do Movimento Vem Pra Rua neste domingo, 25, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, por fazer críticas ao governo Jair Bolsonaro.

“Não tenho medo de vaias. Votei no Bolsonaro e vou criticar todas as vezes que for necessário. Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar Mendes para acabar com a Operação Lava Jato? É isso que está acontecendo”, afirmou Madureira antes de ter o microfone cortado.

Em seguida, o humorista foi alvo de gritos de “fora” e “desce, teu carro é outro” por parte de manifestantes vestidos de verde amarelo e com camisetas estampadas por fotos do presidente da República e do ministro da Justiça, Sergio Moro.

Diante do protesto, os organizadores pediram ao público para “não dividir o movimento”, mas pouco tempo depois Madureira desceu do carro de som e foi protegido por policiais até um táxi. Neste momento, recebeu vaias de uns e parabéns de outros. “É uma minoria de pessoas que não sabem viver em um regime democrático. O governo está fazendo coisa errada”, disse.

O Movimento Vem Pra Rua, de apoio à Lava Jato, organizou manifestações em mais de 60 cidades contra a Lei do Abuso de Autoridade neste domingo, 25.

Um dos dois pontos de concentração do protesto no Rio foi a casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele é considerado pelo movimento como líder de uma manobra que levou à aprovação “a toque de caixa e de madrugada” do projeto no último dia 14.

A proposta aprovada na Câmara define os crimes de abuso de autoridade cometidos por servidores públicos, militares, membros dos poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, do Ministério Público e dos tribunais ou conselhos de contas. O texto ainda lista uma série de ações que poderão ser consideradas crimes, com penas previstas que vão de prisão de três meses até 4 anos, dependendo do delito, além de perda do cargo e inabilitação por até cinco anos para os reincidentes.