Projeto de Marielle Franco prevê educação infantil noturna

17/04/2018 19:43 / Atualizado em 26/06/2018 01:14

Marielle Franco (PSOL), embora tenha partido muito cedo e sem tempo suficiente para executar todos os projetos que gostaria, concluiu muitos e deixou alguns em andamento. Em pouco mais de um ano, a vereadora apresentou aproximadamente 20 projetos de lei na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, a maioria comprometida com as mulheres e os mais pobres.

Uma das principais propostas do mandato de Marielle foi a criação do Espaço Coruja, um projeto de lei que tem por objetivo acolher crianças no horário noturno, entre 17h e 23h, aproveitando os espaços de educação infantil municipais já existentes.

Dentre os projetos de Marielle Franco, um era o Espaço Coruja, olhando para a realidade de mães e cuidadores que trabalham.
Dentre os projetos de Marielle Franco, um era o Espaço Coruja, olhando para a realidade de mães e cuidadores que trabalham.

Nathalia Correa, de 26 anos, é moradora de Irajá, mãe de Arthur, de quatro anos, e estudante de pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela é mãe solo e, por isso, adoraria usufruir da iniciativa.

“Eu faço faculdade no horário noturno e não tenho uma solução fixa para meu filho. Tem dias que deixo com a minha mãe, mas nem sempre ela pode. Tem dias que eu deixo de estar na faculdade para estar com ele ou às vezes o levo comigo, mas isso pode ser um problema porque tem professores que não aceitam”, contou ao Brasil de Fato.

Este é um projeto que pode não só beneficiar as mulheres, mas todos os cuidadores de crianças, que muitas vezes não tem com quem deixa-las enquanto vão para o trabalho.

O projeto de lei está em tramitação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, aguardando os pareceres das comissões especiais para que seja votado.
O projeto de lei está em tramitação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, aguardando os pareceres das comissões especiais para que seja votado.

Segundo uma pesquisa do Ministério da Educação, de 2016, 18,1% das mulheres, entre 15 e 29 anos, indicaram a gravidez como motivo para largar os estudos. Já entre os homens da mesma faixa etária, somente 1,3% interrompem os estudos pela mesma razão.

“Uma das grandes causas da evasão escolar das mães é o fato de não terem com quem deixar os filhos. Durante o dia temos as creches, mas quando chega a noite, que é o horário da mãe trabalhadora estudar, ela não tem com quem deixar as crianças”, explica Rafael Menezes, coordenador pedagógico CIEP Ministro Gustavo Capanema, na Maré.

O projeto de lei Espaço Coruja está em tramitação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, aguardando os pareceres das comissões especiais para que seja votado. Na página dedicada a ele, mais de 2260 pessoas assinaram um documento online para apoiar a iniciativa.

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