Marielle: Suspeito encontrou outro dizendo que ia à casa de Bolsonaro

O encontro foi no dia do crime, segundo informações divulgadas pelo Jornal Nacional

29/10/2019 23:00

O suspeito da morte de Marielle, Élcio Queiroz encontrou o outro acusado, Ronnie Lessa no condomínio de Jair Bolsonaro dizendo que ia à casa do presidente – na época, deputado federal. A revelação foi feita pelo porteiro, segundo informações divulgadas com exclusividade pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta terça-feira, 29.

Marielle: Suspeito encontrou outro dizendo que ia à casa de Bolsonaro
Marielle: Suspeito encontrou outro dizendo que ia à casa de Bolsonaro

A Polícia Civil teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio, onde além de Bolsonaro, mora Ronnie Lessa, o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Como houve citação ao nome do presidente, a lei obriga o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a situação.

O porteiro revelou que no dia do crime, horas antes do assassinato, Élcio Queiroz entrou no condomínio dizendo que iria para a casa do então deputado Bolsonaro e que ele ligou para a casa do presidente, e que “seu Jair” liberou a entrada de Queiroz.

O porteiro ainda contou que depois de Élcio entrar, ele acompanhou a ida do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro na verdade parou na casa de Ronnie Lessa, casa 66 e não na de Bolsonaro, casa 58. Segundo o Ministério Público e a Delegacia de Homicídios, Lessa é o autor dos disparos que matou a vereadora e o motorista.

Após verificar, o porteiro ligou de novo para a casa de Bolsonaro e foi informado pelo homem que se identificou como o presidente, que sabia onde Élcio estava indo. Mas os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia. Além disso, o atual presidente postou vídeo nas redes sociais ao lado de fora e dentro do gabinete em Brasília.

O Jornal Nacional ainda apurou que a guarita do condomínio tem equipamentos que gravam as conversas pelo interfone. Os investigadores estão recuperando os arquivos de áudio para saber quem, de fato, o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa de Bolsonaro.