Marketing: filme usa como propaganda frase de quem não gostou

08/09/2016 09:13 / Atualizado em 07/05/2020 04:05

 
 

Uma inusual sacada de marketing jamais vista em um produto brasileiro: divulgar usando como chamariz alguém que pediu que ninguém comprasse esse produto.
O filme Aquarius provocou polêmica, quando seus atores protestaram , em Cannes, contra o que qualificaram de golpe contra o governo Dilma. Diante disso, Reinaldo Azevedo, colunista da Folha e Veja, protestou aconselhando o boicote ao filme.
o filme foi assistido por mais de 55 mil pessoas em seus primeiros quatro dias de exibição no Brasil: segunda melhor estreia do cinema nacional em 2016.

 
 

Reinaldo revidou. Chama Kleber Mendonça, diretor do filme, de “fanfarrão”, questiona seu caráter, diz não se importar com ele e ainda desdenha do número de espectadores que Aquarius teve após estrear.

 
 

Em reportagem da Folha, o diretor do filme comentou : “A ironia é um instrumento muito importante .Reinaldo tem uma linha distante do que a gente acredita, do ponto de vista de sociedade e democracia. O chamado dele para boicote é uma grande coisa.”

A Folha mostra o lado de Azevedo: “O cara está tentando me usar. Mas entendo perfeitamente a ironia”, afirmou.

“Me sinto honrado, pois sempre que a frase de uma pessoa decente é usada por um delinquente, há alguma chance de essa delinquência ser corrigida”, concluiu Azevedo, que não viu o filme.