Marta é nomeada embaixadora da ONU Mulheres

A atacante é considerada a melhor jogadora de futebol feminino de todos os tempos

Marta vai atuar pela igualdade de gênero no esporte
Créditos: Reprodução / Instagram
Marta vai atuar pela igualdade de gênero no esporte

A jogadora de futebol brasileira Marta Vieira da Silva foi nomeada pela ONU Mulheres como Embaixadora da Boa Vontade para mulheres e meninas no esporte. Agora, a atleta dedicará seu trabalho a apoiar a luta pela igualdade de gênero e empoderamento feminino em todo o mundo.

Sobre a escolha da nova embaixadora, Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres, declarou: “Marta Vieira da Silva é um modelo excepcional para mulheres e meninas em todo o mundo. Sua própria experiência de vida conta uma história poderosa do que pode ser alcançado com determinação, talento e coragem”.

“Estou totalmente comprometida em trabalhar com a ONU Mulheres para garantir que mulheres e meninas em todo o mundo tenham as mesmas oportunidades que homens e meninos têm para realizar seu potencial e eu sei, da minha experiência de vida, que o esporte é uma ferramenta fantástica para o empoderamento”, afirmou a jogadora brasileira.

Marta ainda completou: “Em todo o mundo, hoje, as mulheres estão demonstrando que podem ter sucesso em papéis e posições anteriormente mantidas para os homens. A participação das mulheres no esporte e na atividade física não é exceção. Por meio do esporte, mulheres e meninas podem desafiar normas socioculturais e estereótipos de gênero e aumentar sua autoestima, desenvolver habilidades de vida e liderança; elas podem melhorar sua saúde e posse e compreensão de seus corpos; tomar consciência do que é violência e como evitá-la, procurar serviços disponíveis e desenvolver habilidades econômicas”.

Marta já trabalhou como Embaixadora da Boa Vontade, de 2010 a 2018, para o PNUD
Créditos: PNUD
Marta já trabalhou como Embaixadora da Boa Vontade, de 2010 a 2018, para o PNUD

Biografia

Nascida em 1986, Marta é cidadã do Brasil e da Suécia. Crescendo em uma família pobre dos cerrados do nordeste do Brasil, em Dois Riachos, Alagoas, ela jogava futebol de rua sem sapatos e era muitas vezes evitada pelos meninos que podia superar.

Considerada a melhor jogadora de futebol feminino de todos os tempos, atua atualmente no Orlando Pride, da Liga Nacional Feminina de Futebol dos Estados Unidos, e também na seleção brasileira. Ela é a maior pontuadora de todos os tempos do torneio da Copa do Mundo Feminina da FIFA e foi nomeada “Jogadora do Ano” cinco vezes consecutivas.

A atacante foi membro das seleções brasileiras que conquistaram a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 e 2008, e foi nomeada como uma das seis embaixadoras da Copa do Mundo Feminina de 2014, realizada no Brasil.

Marta trabalhou anteriormente como Embaixadora da Boa Vontade, de 2010 a 2018, para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, período em que ela promoveu os esforços internacionais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) com foco no empoderamento das mulheres.

Machismo no esporte

Ainda hoje, as mulheres e meninas no esporte enfrentam muitos desafios, como menos oportunidades e investimentos, além de serem vítimas de casos de discriminação e até mesmo assédio sexual.

Quando conseguem virar atletas profissionais, elas se deparam com outra questão: a grande diferença salarial. O pagamento total para a última Copa do Mundo Feminina de Futebol, por exemplo, foi de US$ 15 milhões, comparado a US$ 576 milhões para a última Copa do Mundo de Futebol Masculino.

De acordo com o relatório de 2017 da inteligência do Sporting, o Global Sports Salaries Survey (GSSS), entre os atletas de elite, as mulheres ganham em média apenas 1% do que os homens de elite ganham. No ranking da Forbes, dos 100 atletas mais bem pagos, não havia uma mulher entre as principais ganhadoras do mundo.