Médica que comentou polêmica da ‘peleumonia’ recebe ataques

A médica mineira Júlia Rocha recebeu ataques racistas na internet após criticar o médico Guilherme Pasqua que zombou de um paciente que disse “peleumonia” em vez de “pneumonia”.

No domingo, dia 31, ela fez um novo desabafo em uma publicação em seu perfil pessoal e disse estar em choque. “Eu não ia dizer nada, mas tem uma criança preta muito amada crescendo aqui dentro de mim. (…) Agora a noite, recebi a ligação de uma prima me dizendo que um homem do sul havia postado ofensas racistas contra mim“.

O homem que a atacou é Milton Pires, do Rio Grande do Sul. Em uma publicação no seu perfil, ele a chamou de “bandida petista”. “Essa ‘entidade’ da foto se apresenta ao mesmo tempo como médica especialista em medicina da família e comunidade, preceptora de residentes e cantora e continua “foi ela quem atacou o guri que fez a postagem sobre “PELEUMONIA” e perdeu o emprego na Santa Casa… Conheço o tipo… Esse é o tipo de gente que sai escrevendo que “agora é a vez da senzala” e “a casa grande não admite”. Essa aberração NÃO é medica, nem preceptora, nem cantora, nem p.. nenhuma – é bandida petista!“, escreveu.

Em 2014, o médico já havia virado notícia ao ironizar uma queda de pressão da presidente afastada Dilma Rousseff após uma entrevista. Na época, em sua página no Facebook, ele postou a seguinte mensagem: “Tá se sentindo mal? A pressão baixou?? Chama uma médico cubano, sua grande filha da puta!

Na sexta-feira, dia 29, a médica, que também é cantora e teve uma participação em “The Voice Brasil” em 2015, escreveu um texto defendendo a ideia de que sim, existe “peleumonia”.

Entenda o caso

O médico Guilherme Capel Pasqua do Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra, interior de São Paulo, foi afastado do trabalho após ter uma foto sua publicada numa rede social com o título “Uma imagem fala mais que mil palavras”. Na foto, ele mostra o receituário médico as seguintes palavras: “Não existe peleumonia e nem raôxis”.

Internautas ficaram indignados com a postagem do médico e começaram a reproduzir a foto. “Os pacientes têm que ser tratados com respeito, poderia ter sido com alguém da minha família. As pessoas não têm obrigação de saber falar direito, na maioria das vezes, são pessoa humildes, com dor e não estão preocupadas se estão falando certo ou errado”, escreveu uma pessoa.

O caso repercutiu na internet e Guilherme fez uma nova publicação em seu perfil pessoal pedindo desculpas.