Médica que se recusou a atender bebê têm acusações semelhantes

Breno, que tinha um ano e seis meses

Na última quarta-feira, 7, um bebê de 1 ano e 6 meses morreu porque uma médica se recusou a atendê-lo. Ela alegou que seu expediente já havia acabado. De acordo com a delegada Isabelle Conti, da da 16ª DP (Barra da Tijuca, Rio de Janeiro), a médica Haydee Marques da Silva, de 59 anos, já tinha uma já tinha uma anotação criminal por caso semelhante, em 2010.

De acordo com Isabelle, a anestesista e clínica geral se recusou a atender uma paciente que queria fazer um exame de tomografia. “A paciente se exaltou e a médica, indignada, chegou a arranhar a vítima”, disse a delegado ao Extra. “Isso foi em uma unidade de saúde no bairro de Todos os Santos, na Zona Norte do Rio. O caso foi para o Ministério Público e foi oferecido a ela uma transação penal, ou seja, uma pena alternativa. No entanto, ela não cumpriu as medidas impostas pela transação penal. O processo prescreveu pelo tempo decorrido”, contou.

Na tarde desta sexa-feira, 9, a Isabelle ouviu o depoimento da auxiliar administrativa Vanessa Ribeiro Martins, de 33 anos, sobre um outra possível vítima de negligência da médica. Segundo ela, seu pai morreu após um erro da médica.

Leonel Martins, de 62 anos, morador de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, sofria de esclerose lateral amiotrófica e respirava com a ajuda de aparelhos, por meio de ventilação mecânica. O paciente recebia tratamento em casa, com servico de Home Care, e só se deslocava quando precisava fazer exames, sempre transportado em ambulâncias. De acordo com Vanessa, foi numa dessas ocasiões, em julho do ano passado, que a médica teria cometido um erro médico.

Com desconforto intestinal, o paciente solicitou uma ambulância para se submeter a um exame. A auxiliar administrativa conta que a Haydee era a médica que estava no veículo enviado pela empresa Cuidar Emergências Médicas para transferir seu pai. Ao chegar à casa de Leonel, a médica teria se assustado com o fato de o paciente fazer uso de ventilação mecância.

“Ela se assustou e disse: “Ninguém me avisou que o paciente usava ventilação mecânica”. Depois olhou para o socorrista e falou: “Vamos logo, porque tenho que almoçar”. Na hora da remoção, perguntei onde estava o oxigênio, mas a médica disse que não precisava, porque o trajeto seria curto”, relatou Vanessa ao Extra.

Na última quarta-feira, a médica Haydee, que por ora é investigada por homicídio culposo (quando não há intenção), deixou de prestar socorro a Breno. Ela chegou com a ambulância no condomínio da família, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, mas foi embora sem subir ao apartamento para prestar socorro.  A criança tinha uma doença neurológica e começou a passar mal, com dores no estômago.

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