Médico indignado denuncia festa com som alto ao lado da UPA de Itaquera
Nelson Muzel se revoltou e cobrou uma atitude do prefeito e do governador. A unidade atende 73 pacientes internados com covid-19
O médico Nelson Muzel, que trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaquera, na zona leste de São Paulo, que atualmente atende 73 pacientes internados com covid-19, usou o Instagram na noite de ontem para denunciar uma festa com som alto acontecendo ao lado da unidade.
Atualmente a UPA de Itaquera atende 73 pacientes internados com covid-19, entre estados grave e não grave.
O desabafo do médico, em vídeo, viralizou nas redes sociais. “Olha só, a gente não consegue falar com os pacientes no quarto, porque o barulho é tão grande ali dentro que a gente não consegue se ouvir e nem ouvir o que o paciente está falando”, afirmou o médico.
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Nelson cobrou o prefeito Bruno Covas (PSDB) e o governador João Doria (PSDB). “Prefeito Bruno Covas, governador João Doria, vêm aqui trabalhar no nosso lugar. Vem aqui, ó. Vê se dá para trabalhar desse jeito? Não tem condição”, afirmou.
“Isso é uma falta de respeito com a gente, que está aqui dando sangue para prover para esses pacientes qualidade de vida. A gente está trabalhando em situação insalubre. Isso é insustentável. Não tem a menor condição de dar qualidade de atendimento para esses pacientes. A gente já está num nível de saturação que não dá para aguentar”, disse o médico.
Revoltado com a situação, Nelson Muzel disparou: “Isso aqui é uma baixaria. Não tem a menor condição de se fazer alguma coisa aqui. A gente exige respeito, a gente exige resposta. Amanhã, são esses caras aqui [que estão na festa] que a gente está atendendo aqui dentro [da UPA]”.
O médico disse, ainda, que ligou para a polícia “um milhão de vezes”. “E eles colocam a gente pra poder esperar pra falar com o setor responsável. Isso é um absurdo. Isso é um absurdo. A gente sai da nossa casa, corre o risco de estar aqui, trabalhando numa situação inóspta, trabalhando numa situação insalubre, e a gente não tem a menor condição de trabalho aqui”, afirmou.
A publicação desta reportagem, nem a Polícia Militar, nem a Polícia Civil, nem a Secretaria de Segurança Pública do Estado, nem o governador João Doria, nem o prefeito Bruno Covas haviam se manifestado. Caso ocorra, incluiremos.