Menina de 10 anos torturada pela mãe e padrasto recomeça a vida

A menina relatou que chegava a apanhar porque chamava a mãe de mãe

Violência infantil

Um caso de violência infantil relatado pelo jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, 02, traz a história de M.J., de 10 anos, vítima de agressões e torturas constantes por parte da mãe e do padrasto.

Em dezembro do ano passado, o caso chegou ao conhecimento da Vara de Violência Doméstica do Butantã, na zona oeste de São Paulo.

No local, a menina contou algumas das agressões que sofreu nos últimos seis anos, segundo a mesma reportagem: ela já teve a língua cortada e costurada com agulha, as unhas arrancadas, o corpo ferido com alicate e torturas psicológicas, como ficar sem dormir.

Tudo isso porque, segundo a mãe e o padrasto, a menina não fazia direito as atividades domésticas, entre outros motivos banais.

“A minha mãe me batia porque eu chamava (ela) de mãe. Mas eu não sabia chamar de outra coisa. Ia chamar do que, tia?”, disse a criança no depoimento que deu à juíza Tatiane Moreira Lima, citado pelo jornal.

A pequena M.J., de 10 anos

Na sentença, segundo a reportagem, a juíza disse que “casos como o presente mostram a verdadeira desumanização de dois seres, que se despem dos papéis de guardiões para encarnar os papéis de déspotas e tiranos, senhores da vida e da morte, da dor e do pavor de uma pobre criança indefesa”.

Vanessa de Jesus Nascimento, a mãe, e Adriano dos Santos, o padrasto, foram condenados na semana passada a 48 e 33 anos de prisão, respectivamente, que deverão ser cumpridos em regime fechado.

Atualmente, M.J. está em um abrigo sob acompanhamento da ONG Ciranda para o Amanhã. A entidade atua em 14 instituições que abrigam mais de 300 jovens, trabalhando em frentes como o bem-estar, físico e emocional, o desenvolvimento educacional e campanhas diante de catástrofes.

No abrigo, M.J. tem passado por cuidados médicos e psicológicos para lidar com as cicatrizes e outras marcas da violência que sofreu.

A Justiça ainda decidirá onde a menina e seus dois irmãos, de 6 e 4 anos, vão ficar. Se parentes não puderem receber as crianças, elas poderão ser encaminhadas para adoção.

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