Menina de 12 anos sofre racismo e ameaças de morte em escola
A mãe da criança fez um desabafo no Facebook e mostrou uma carta recebida pela filha, em que é chamada de "macaca" por uma colega
Uma menina de apenas 12 anos de idade foi vítima de racismo e ameaças de morte na escola em que estuda, localizada na Praia Grande, litoral de São Paulo. Em seu Facebook, a mãe da criança fez um desabafo e mostrou uma carta recebida pela filha, em que é chamada de “macaca” por uma colega. O caso está sendo investigado pela Secretaria de Educação da cidade.
Em entrevista ao G1, a vendedora Adelaide Alves, de 31 anos, mãe de Adriele, contou que a situação começou uma semana antes das férias escolares, em junho, mas voltou a acontecer há alguns dias. As primeiras ofensas surgiram na saída da Escola Municipal Joaquim Augusto Ferreira Mourão, no bairro Melvi.
“Uma das mães me ligou no trabalho pedindo para eu buscar a Adriele, pois havia outra menina a xingando de negra, vagabunda e macaca, e dizendo que ia bater nela. Ela me orientou a fazer um boletim de ocorrência, e que depois dava detalhes”, disse. Após ser alertada, Adelaide fez o B.O. de injúria e difamação e o apresentou na escola.
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A diretora da instituição afirmou que sabia o nome da autora das ofensas e que iria conversar com a mãe dela. No entanto, a menina sofreu novas ameaças e a agressora chegou a ir até a casa da família para bater na colega. “Procurei a mãe dela, que me disse que, na verdade, a diretora só a procurou quando uma terceira criança, que tomou as dores da minha filha, brigou com a garota”, explicou.
Depois das férias, a criança voltou a ser discriminada. “Minha filha recebeu a carta, que dizia que ela fedia, que parecia uma macaca, que queriam matá-la. Na escola, ela foi orientada a entregar para a diretora, e depois, para não me contar. Descobri por uma amiga minha, que já sabia, e me questionou. De novo, fui a última a saber”, relatou a mãe.
Foi então que Adelaide decidiu publicar sobre o ocorrido nas redes sociais e, em seguida, foi chamada na escola. Antes de ir à reunião, fez outro boletim de ocorrência e tentou transferir a filha de colégio. “Quando cheguei na escola, a diretora, na frente de uma pedagoga e de outros funcionários, começou a me interrogar, questionando o porquê de eu ter feito aquilo [post], que a escola não errou em nenhum momento. Tentaram até perguntar para a minha filha se ela gostava da escola, na tentativa de induzi-la a dizer que sim.”
“É constrangedor. Quero que ela estude em paz, quero transferi-la de escola. Tenho que ficar ligando para saber se ela está bem. Não temos obrigação de gostar de ninguém, mas precisamos respeitar. Já fui chamada de ‘macaca’ no trabalho, e sei como é. Mas a única coisa que quero é igualdade e respeito”, completou a mãe.
Confira a reportagem na íntegra.
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