Menina escreve carta à mãe para denunciar pai por estupro
Com informações do G1
Uma menina de 12 anos escreveu uma carta à mãe para denunciar os estupros sofridos pelo próprio pai, dentro da casa da família em Manaus (AM). O relato foi entregue para policiais militares da zona leste da cidade e o homem foi preso em flagrante na noite desta terça-feira, dia 21.
De acordo com o relato da criança, os estupros ocorriam há algum tempo e ela já havia escrito uma outra carta para sua mãe, que não teve coragem de entregar. “Me perdoa. Me ajuda”, escreveu a garota no texto.
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Em entrevista ao G1, o tenente B. Chaves, da 4ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), contou que foi abordado pela menina e pela mãe, que estavam muito abaladas. Ao ouvir o relato das duas e ler a carta, ele enviou uma viatura até a casa da família e o homem foi preso.
A criança relatou à polícia que foi vítima de mais um estupro na tarde de terça e por isso decidiu denunciar os abusos na carta. De acordo com a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), o homem tem 34 anos, é industriário durante o dia e de noite faz bicos como mototaxista. Ele negou as acusações da filha.
A menina foi encaminhada para exames no Instituto Médico Legal (IML) e o laudo confirmou os abusos. O pai foi autuado por estupro de vulnerável e deve ser encaminhado à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.
Carta
No texto, a garota narrou os crimes de estupro e não citou quando eles tiveram início, apenas que ocorriam há muito tempo. Ela ainda pediu perdão para a mãe e afirmou que não conseguia impedir os abusos do pai.
“Mãe, me perdoa. Faz um tempo que isso está acontecendo […] hoje isso aconteceu, isso é tão nojento. Mãe, eu nunca teria coragem de dizer para ele parar. Tudo começou quando ele veio com uma história de que queria lutar. Eu queria tirar ele de cima de mim, mas eu não conseguia, depois eu deixei, mas na minha mente eu nunca quis, ele falava para eu não sair, só que me doía muito mas eu sempre deixava. […], diz um trecho do relato.
Em outra parte da carta, a menina disse que sempre chorou muito. “Eu não queria olhar na cara dele, mas eu tinha que fingir que estava tudo normal. Eu não queria mais escutar no jornal coisa (sobre) abuso porque me doía muito. Eu já tinha escrito outra carta, só que não tive coragem de entregar. Eu pedi a Deus coragem para entregar essa. Por isso eu ficava com raiva de repente, nem ele nem a senhora me viram chorando, mas eu choro muito”, afirma.