Mensagens revelam que Deltan incentivou cerco da Lava Jato a Toffoli

Procurador sugeriu investigações ao atual presidente do STF e ao escritório de advocacia da mulher

01/08/2019 08:33 / Atualizado em 11/09/2019 12:12

O procurador Deltan Dallagnol estimulou ataque ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. É o que revela mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil e publicadas na edição desta quinta-feira, 1, pela Folha.

De acordo com a reportagem, Dallagnol incentivou, em 2016, colegas em Brasília e Curitiba a investigar o ministro. Naquela época, Toffoli era visto pela Operação Lava Jato como um adversário disposto a frear seu avanço.

Deltan Dallagnol sugeriu investigações sobre atual presidente do STF e escritório de advocacia da mulher em 2016
Deltan Dallagnol sugeriu investigações sobre atual presidente do STF e escritório de advocacia da mulher em 2016 - Divulgação/MPF-PR

Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba, buscou informações sobre as finanças pessoais de Toffoli e sua mulher e evidências que os ligassem a empreiteiras envolvidas com a corrupção na Petrobras.

No dia 13 de julho de 2016, Deltan fez uma consulta aos procuradores que negociavam com a empresa.  “Caros, a OAS touxe a questão do apto do Toffoli?”, perguntou no grupo que eles usavam no Telegram. “Que eu saiba não”, respondeu o promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes, de Brasília. “Temos que ver como abordar esse assunto. Com cautela.”

“Ministros do STF não podem ser investigados por procuradores da primeira instância, como Deltan e os demais integrantes da força-tarefa.