Merendeira ajuda a salvar 50 alunos de ataque em escola de Suzano
Fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão', disse Silmara Cristina Silva
A merendeira Silmara Cristina, 54 anos, disse que ajudou a esconder 50 estudantes na cozinha da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, invadida por dois ex-alunos que abriram fogo contra funcionários e estudantes. Eles mataram 8 pessoas e se mataram depois.
“Nós estávamos servindo merenda e aí começou os ‘pipoco’ e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão”, contou chorando.
Silmara disse que os assassinos pareciam andar por todo lado. “Parecia que procuravam alguém. Iam para lá e para cá atirando muito. Nós não vimos nada. A gente abaixou e ficou escutando o movimento. Isso durou te 10 a 15 minutos mais ou menos”, disse ao G1.
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Quando já tinha cerca de 50 alunos na cozinha foi preciso trancar a porta. “Porque eles estavam próximos e a cozinha é rodeada de janela. A gente deitou no chão, mas graças a Deus nada aconteceu com quem não estava lá. Eu arrastei a geladeira e o freezer para fazer uma barricada e ficamos atrás”, contou.
Silmara é uma heroína. Neste 14 de março, data que completa 1 ano do assassinato da vereadora Marielle Franco, árdua lutadora antirracista, pelos direitos sociais do povo pobre e negro no Rio de Janeiro, e também data em que a escritora Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras mulheres negras a fazer grande sucesso – com a obra “Quarto do Despejo”-, completaria 105 anos, é importante ressaltar as histórias de tantas heroínas, mulheres, negras deste país que vivem no anonimato.