Metade dos paulistanos avalia gestão hídrica de Geraldo Alckmin como “ruim ou péssima”

Para 84% dos paulistanos, governo manipula informações sobre abastecimento de água

04/11/2015 10:21

Indicado, em setembro, ao prêmio de Gestão Hídrica por seu desempenho ante a pior crise hídrica da história, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, volta a ser notícia nas páginas dos jornais desta quarta-feira, 4 de novembro. Desta vez por um motivo bem menos honroso, levando em consideração o alto índice de reprovação dos paulistanos sobre a atuação do mandatário frente ao mesmo assunto.

Divulgado no jornal Folha de S. Paulo, um levantamento feito pelo Datafolha aponta que 48% dos moradores da capital paulista consideram a gestão tucana “ruim ou péssima” durante os piores períodos de estiagem que atingiram não só São Paulo, mas também a região metropolitana e interior.

Petição on-line pede cancelamento do prêmio de Gestão Hídrica indicado a Geraldo Alckmin, em setembro
Petição on-line pede cancelamento do prêmio de Gestão Hídrica indicado a Geraldo Alckmin, em setembro

Além disso, para 84%, o Palácio dos Bandeirantes (casa do governo paulista), fornece informações que somente privilegiam a atuação de Alckmin, mascarando a realidade de milhões de pessoas em todo estado.

A atual reprovação representa uma piora de dez pontos percentuais em relação à mesma pesquisa feita em agosto de 2014. Àquela época, mesmo com o agravamento da crise, as informações eram minimizadas (pra não dizer ocultadas) pelo governador que priorizava seus esforços à campanha de reeleição.

Racionamento x redução da pressão nos encanamentos 

Apesar de ter afirmado – em debate na TV – que São Paulo não sofreria com a falta de água, milhares de pessoas sofrem com o abastecimento de água, diariamente, há pelo menos um ano e meio. Denúncias feitas em todas as regiões da cidade, e adjacências, revelam que inúmeras residências sobrevivem horas por dia com a torneira seca, de 15 a 20 horas (ou mais).  Entretanto, o governo faz questão de evitar o termo “racionamento”, e, ao invés disso, empurra à população a proposta de “redução da pressão nos encanamentos”.

O cenário, marcado pela falta de transparência, reflete na opinião dos entrevistados: apenas 12% dos moradores acreditam na transparência de Geraldo Alckmin sobre o tema. Questionados sobre a confiança na Sabesp, o público deu nota média de 5,1 em escala de 0 a 10.