Milhares assinam petições pedindo justiça a Brumadinho e região
O crime ambiental deixou 99 pessoas mortas e ainda há 259 desaparecidas
Na última sexta-feira, 25, o Brasil presenciou o rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais. Além dos inúmeros danos ao meio ambiente, como a destruição do rio Paraopeba, 99 pessoas foram mortas e ainda há 259 desaparecidos.
Indignado com o crime, o advogado Pedro Barros iniciou uma petição online na Change.org exigindo que a mineradora seja responsabilizada de forma civil e criminal pelo rompimento da barragem e suas consequências. “Já me indignei em 2015 com o primeiro rompimento da barragem em Mariana e com a destruição do Rio Doce, mas apenas a indignação não foi suficiente para trazer justiça ao povo de Minas Gerais pois os órgãos e entidades responsáveis pela defesa dos direitos difusos e coletivos não cumpriram suas missões institucionais e até hoje não houve reparação”, declarou Pedro em entrevista à equipe da Change.org.
O abaixo-assinado foi criado há menos de uma semana e já conta com quase 30 mil assinaturas. Leia mais em: www.change.org/Brumadinho
- Petrópolis divulga alerta sobre fake news
- Crianças e adolescentes de Brumadinho abraçam música após desastre
- Mariana, 5 anos: livro relembra o maior desastre ambiental do Brasil
- Abaixo-assinado pelo adiamento do Enem cresce 660% em uma semana
Para Pedro, a Vale deveria ter realizado uma inspeção minuciosa sobre todas suas barragens desde o desastre ocorrido em Mariana há 3 anos. “A mineradora também não adotou voluntariamente nenhuma medida para a reparação dos danos socioambientais na bacia do Rio Doce”, lembra o advogado, que acredita que a medida mais urgente a ser tomada pela empresa neste momento é prestar ajuda financeira e humanitária a todas as vítimas e seus familiares, assim como “submeter todas as barragens que ofereçam risco a novas vistorias, paralisando suas atividades”.
Quem também lembrou dos perigos de outras barragens comprometidas espalhadas pelo Brasil foi o analista de sistemas Adriano Dornas, que, por sua vez, criou um abaixo-assinado pedindo o fechamento de 45 dessas instalações, que foram classificadas como de risco por um relatório da Agência Nacional de Águas divulgado em novembro. Em entrevista à equipe da Change.org, Adriano contou que após Brumadinho tomou conhecimento de que este é “um problema recorrente de proporções muito além do nível estadual, que está gerando malefícios humanos, ambientais e sociais”. Confira a petição em: www.change.org/Barragens
Segundo o analista, o Ministério do Meio Ambiente também tem responsabilidade na fiscalização das obras de mineradoras como a Vale, assim como no trabalho de ruralistas e fazendeiros. “Sei que os governantes atuais querem uma desregulamentação cada vez maior destes assuntos, mas nós precisamos fazer o máximo para tentar evitar com que isso ocorra”, diz Adriano.
Outro abaixo-assinado em prol da fauna e flora em Minas Gerais foi criado pelo publicitário Antônio Carlos Caldeira, que luta contra a reativação de uma mina da empresa Mineração Geral do Brasil no Parque Estadual Rola Moça, próximo a Brumadinho. A petição já conta com quase 150 mil assinaturas e continua crescendo. Leia mais em: www.change.org/MinaCasaBranca
No texto do abaixo-assinado, Antônio lembra que em dezembro do ano passado a Copam (Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Estadual de Política Ambiental) aprovou a ampliação das atividades do complexo Paraopeba, incluindo a mina cuja barragem se rompeu em Brumadinho. “Não podemos deixar que aconteça no Parque Estadual o que aconteceu em Brumadinho. Não queremos mais estragos”, escreveu o publicitário.