Minas Gerais estuda acabar com hospital psiquiátrico de Barbacena

Com informações da "Folha de S.Paulo"

Uma reportagem da “Folha de S.Paulo“, feita por José Marques, mostra a situação atual do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais, antigo hospital Colônia, que já foi o maior manicômio do Brasil. O Governo estuda acabar com o instituto.

Gerido pelo Estado, o local quer levar 80 pessoas para viver em casas adaptadas à moradia de ex-internos, acompanhados de um cuidador. No entanto, essas residências são custeadas pelo município, que diz não ter dinheiro para pagar a mudança e solicita a ampliação de repasses de verbas federais.

Uma lei de 2001 determina que moradores de longo tempo de hospitais psiquiátricos devem ser “objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida”. Mas o centro de Barbacena continua com 149 internos sem previsão de saída.

Governo estuda acabar com o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (MG), onde funcionou o antigo Hospital Colônia, de 1903
Créditos: Folhapress
Governo estuda acabar com o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (MG), onde funcionou o antigo Hospital Colônia, de 1903

Em 2004, 46 pacientes antigos receberam alta do centro, mas desde 2006 este número não chega a 10 pessoas. Fundado em 1903, Colônia já foi comparado a um campo de concentração e ficou conhecido pelas más condições oferecidas aos internos até os anos 1980.

O hospital sofreu uma reformulação nos últimos 30 anos e aderiu ao “tratamento humanizado”. Sem superlotação, ainda hoje sofre com sucateamentos comuns ao serviço público. De 149 pacientes crônicos, os 80 que podem sair estão em melhores condições clínicas.

Alguns funcionários têm feito uma campanha para que os internos sejam mantidos no centro porque, para eles, estão em melhor condição no instituto do que nas residências.

Porém, outra parte dos funcionários discorda. “Imagina que, nas residências, se eles querem tomar café depois do horário do almoço, podem. Aqui todo mundo é igual por uma questão de economia, não têm suas singularidades reconhecidas”, afirmou a enfermeira Daniela Viana.

Leia a reportagem na íntegra aqui.

  • O Hospital Colônia, em Barbacena, foi responsável pela morte de 60 mil pacientes, dos quais 70% sequer foram diagnosticados com doenças mentais. Saiba mais aqui