‘Minha convicção é que houve estupro’, diz delegada que investiga estupro coletivo no RJ
Dois suspeitos do caso de estupro já estão presos
A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), disse nesta segunda-feira, dia 30, durante coletiva na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, não ter dúvidas de que a jovem de 16 anos foi vítima de um estupro coletivo. A adolescente denunciou o crime e afirmou ter sido violentada por 33 homens.
Mais cedo, em uma conversa de WhatsApp obtida pelo EXTRA, o delegado Alessando Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), declarou ter certeza de que o estupro não aconteceu. Ele foi afastado das investigações e substituído por Cristiana.
“Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito é importante, mas não determinante para o fato. No caso dessa menina, se ela estava desacordada, não vão ter lesão, porque ela não ofereceu resistência”, explicou a delegada que assumiu o caso.
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“A minha convicção é de que houve estupro, porque há o vídeo, além do depoimento da vítima. O que é preciso esclarecer é a extensão desse estupro. A gente quer verificar quantas pessoas praticaram esse crime. Mas que houve, houve”, completou Cristiana.
A declaração da delegada foi reforçada por Adriane Rego, do Instituto Médico Legal. A perita disse que o fato de não haver vestígios não significa que não houve crime: “Nem sempre, quando há crime sexual, o exame será determinante”.
Segundo o laudo da perícia sobre o caso, a demora em fazer o exame foi determinante para que não fossem encontrados indícios de violência. Ela foi examinada quatro dias depois do crime.
O estupro coletivo ocorreu há cerca de uma semana, no morro São José Operário, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Na última quinta-feira, dia 25, um vídeo mostrando cenas do crime foi divulgado nas redes sociais por um dos homens que participaram do caso e teve grande repercussão midiática.
Polícia Civil faz operação para prender suspeitos de estupro
Nesta segunda-feira, a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) deflagrou uma operação para cumprir seis mandados de prisão e de busca e apreensão na investigação do estupro sofrido pela jovem no último dia 21.
Raí de Souza, um dos suspeitos de ter participado do crime, se apresentou aos policiais e já foi preso.
O jogador Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, também foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na tarde desta segunda-feira. O jovem, meia do Boavista, teve prisão preventiva pedida devido à acusação de participação no estupro coletivo. O advogado do suspeito havia afirmado que ele se entregaria hoje à DCAV.
“A prisão temporária foi decretada para determinar quantas pessoas praticaram esse crime. Mas que houve, houve”, disse a delegada Cristiana Bento. Entre os crimes, estão estupro de vulnerável, produzir cenas de sexo com menor de idade e distribuí-la, desrespeitando o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Outros quatro homens estão sendo procurados. São eles: Sérgio Luiz da Silva Júnior, conhecido como Da Russa; Marcelo Miranda da Cruz Correa; Raphael Assis Duarte Belo e Michel Brasil da Silva.
Vítima deve se mudar do RJ
A subsecretária de Direitos Humanos do Rio, Andrea Sepulveda, afirmou nesta segunda-feira, dia 30, que a adolescente deve se mudar de Estado, após a pasta detectar “ameaça gravíssima”. A informação foi confirmada em entrevista coletiva no início da tarde.
Segundo Sepulveda, a decisão precisa ter o aval da família, que já se mostrou disposta a “começar uma nova vida”. A jovem já conta com apoio psicológico e será recebida por uma profissional da área ao longo da tarde.
A comissão responsável por avaliar os riscos sofridos pela garota de 16 anos conta, além da própria secretaria, com a delegada responsável pela investigação.