Ministério Público vai à Justiça pelo fim da reorganização de escolas em SP

Desde que foi anunciada "guerra" às escolas ocupadas, relatos de agressão e abuso foram relatados em colégios de todo estado

Por: Redação

Quase um mês após estudantes fecharem os portões da Escola Estadual Diadema, o primeiro colégio dos 191 ocupados, promotores se reuniram para pedir à Justiça a suspensão do programa de reorganização do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A notícia, divulgada nesta quarta-feira, 2 de dezembro, pelo jornal Folha de S. Paulo, destaca a ação dos integrantes do Ministério Público, alegando que a proposta do Palácio dos Bandeirantes visa apenas a redução dos gastos públicos, que se colocada em prática, afetará 311 mil alunos e fechamento de 92 escolas. Além disso, os magistrados afirmam que a proposta não foi discutida de forma satisfatória.

Apesar disso, o governo paulista diz não ter sido notificado das ações do ministério público, além de ressaltar que está aberto ao diálogo e que a medida de reorganização só busca melhor qualidade de ensino.

Histórico 

Em setembro, o governo anunciou o plano de reorganização e, logo depois, apresentou a lista dos colégios que fariam parte do processo de remanejamento. À época, a Secretaria de Educação alegou que os dirigentes de ensino debateram o tema com a comunidade escolar.

Imagem registrada em escola revela policial ameaçando aluna com arma em punho

 Guerra às escolas ocupadas 

Na última segunda-feira, 30 de novembro, um áudio gravado durante reunião entre dirigentes da Secretaria de Educação revelou a política de contra-ataque do governo paulista ao movimento de ocupação das escolas. Divulgado pelo Jornalistas Livres, o conteúdo da gravação destacava inúmeros momentos em que um dos representantes da pasta falavam em “guerra” aos estudantes que se manifestam contra a proposta.

Desde a última-terça-feira, dezenas de relatos, vídeos, fotos e demais documentos revelam a postura combativa da polícia militar, que atacou estudantes em inúmeras escolas ocupadas.

Em Osasco, região metropolitana paulista, a escola Coronel Antônio Paiva de Sampaio, que estava ocupada, foi depredada por autores não identificados.

A ofensiva do estado gerou, então, novas manifestações dos alunos que saíram às ruas como forma de protesto. Novas prisões, agressões e ações arbitrárias dos policiais foram denunciadas em diferentes regiões da capital paulista.