Ministro de Bolsonaro, Onyx admite esquema de caixa 2 com a JBS
Pelo acordo firmado com a PGR, Lorenzoni vai pagar R$ 189 mil para encerrar processo que o investiga
O ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), admitiu que recebeu recursos não declarados à Justiça Eleitoral da JBS, prática conhecida como caixa 2, e acertou o pagamento de R$ 189 mil em compensação.
Onyx assinou o chamado “acordo de não-persecução penal”, previsto na Lei Anticrime, que entrou em vigor em 23 de janeiro deste ano. Pela nova lei, a pessoa que cometeu o ato criminoso não será punido pelo que fez. A medida é apresentada pelo Ministério Público ao investigado, desde que ele admita a prática de crime, cometido sem violência e grave ameaça, com pena mínima inferior a 4 anos. Ao Supremo Tribunal Federal (STF) cabe validar o acordo.
A defesa Onyx confirmou o acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), por meio de nota. O objetivo é encerrar a investigação sobre caixa dois nas campanhas eleitorais dele em 2012 e em 2014.
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O caso começou a ser investigado a partir da delação da J&F, dona da JBS, quando delatores entregaram uma planilha, indicando repasses de caixa dois ao ministro, sendo R$ 100 mil em 2012. E R$ 200 mil em 2014.
No final de 2018, após a eleição presidencial, Onyx Lorenzoni, então futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, admitiu o caixa dois em 2014 dizendo que não foi crime, mas “um erro” e “involuntário”.
Mas em 2014 ele não recebeu R$ 100 mil, como admitiu, mas sim R$ 200 mil. O ministro de Bolsonaro ainda omitiu R$ 100 mil que também não declarou em 2012, quando não disputou qualquer cargo eletivo.
“Esse episódio foi um erro cometido durante a minha vida pública. O erro que eu cometi foi não declarar, mas eu assumi o erro”, disse na época.
Na nota, ao informar o acordo de admissão do crime, a defesa de Onyx alega que “quando a delação da JBS veio a público, o Deputado Onyx desconhecia a origem do recurso”.