Modelo acusa tradicional restaurante do Rio de homofobia
Pedro Guttman diz ter sido chamado de "gazelinha" pelo gerente do restaurante Alessandro & Frederico; homofobia é crime
O modelo e ator Pedro Guttman relatou ter sofrido homofobia em um tradicional restaurante de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro na quarta-feira, 23.
De acordo com artista, ele, a mãe e o namorado Nicholas Oliveira foram almoçar no restaurante Alessandro & Frederico para comemorar seu aniversário do modelo. As informações são do jornal Extra.
Pedro afirma que o atendimento do local deixou a desejar. Segundo ele, o espumante “estava quente” e a entrada de camarões empanados com “cheiro de podre”.
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Por conta desses problemas, o modelo pediu falar com Fabrizio Giuliodori, gerente do restaurante Alessandro & Frederico. No boletim de ocorrência, registrado na 14ª DP (Leblon), Pedro descreve que o homem foi “extremamente deselegante e disse que era só pagar a conta e ir embora”.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, ao argumentar que não havia consumido nada, “o gerente ficou descontrolado”.
“Vá embora, gazelinha, vá se foder, vá para a puta que pariu”, teria dito o gerente ao modelo, segundo o boletim de ocorrência.
Pedro relata ainda que a mãe dele passou mal durante a discussão e precisou de atendimento médico.
“Nunca imaginei passar por uma situação como essa no restaurante escolhido para comemorar o meu aniversário, na frente da minha mãe, que passou mal com o acontecimento, e com o meu marido. O que era para ser um momento de celebração, virou uma cena de horror “, afirmou o modelo ao jornal Extra.
Nas redes sociais, o estabelecimento respondeu os internautas que ficaram revoltados com o caso. “Lamentamos o fato do cliente não ter se sentido acolhido em nossa casa. Repudiamos qualquer atitude discriminatória e nossos valores são construídos à base de respeito, igualdade e educação”, diz a publicação feita em um comentário.
Homofobia é crime
Em 2019, Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que declarações homofóbicas e transfóbicas podem ser enquadradas no crime de racismo; pena é de 1 a 3 anos, podendo chegar a 5 em casos mais graves.
A criminalização da homofobia e transfobia prevê que:
- “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
- a pena será de um a três anos, além de multa;
- se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
- e a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Saiba aqui como fazer para não praticar transfobia e respeitar a identidade trans.