Monumento homenageia mortos e desaparecidos da ditadura militar; site resgata memórias do período
A poucos dias da entrega do relatório da Comissão da Verdade, governo federal lança site de memórias da ditadura com diversos materiais da época
Quatrocentos e trinta e seis é o número de mortos e desaparecidos que lutaram por democracia durante os 21 anos de ditadura militar no Brasil. Nesta segunda-feira eles foram lembrados no Parque do Ibirapuera, com a inauguração do Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, em um projeto assinado por Ricardo Ohtake. O evento integra a programação do Festival de Direitos Humanos e Cidadania.
A homenagem celebra os esforços dos familiares, ex-presos políticos e ativistas que ainda buscam respostas sobre os anos de perseguição. Além disso, a iniciativa da Coordenação de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC (Secretaria Municipal de Direitos Humanos), recupera marcos que simbolizam a luta pela democracia na capital paulista – um dos objetivos do projeto Meta 64, idealizado pela Prefeitura de São Paulo.
Com seis metros de altura por 12 de cumprimento, a obra é formada por chapas brancas e uniformes com os nomes de 436 mortos e desaparecidos políticos de todo o país, de acordo com os registros dos familiares. Outras chapas disformes representam as diferentes trajetórias desses resistentes.
Um povo sem memória é um povo sem história
A poucos dias da entrega do relatório final da Comissão da Verdade, o governo federal lançou um importante compilado de conteúdos sobre o golpe militar de 1964, com o lançamento do site ‘Memórias da Ditadura”.
O conteúdo reúne uma série de documentos e arquivos, com textos sobre a repressão e resistência, minidocumentários e outros formatos que abordam o tema. Desenvolvido pelo Instituto Vladirmir Herzog, o projeto tem apoio do Programa das Nações Unidas para O Desenvolvimento e da Secretaria de Direitos Humanos.