Morte brutal de travesti revela código de conduta violento no DF

As informações são do "Metrópoles"

O assassinato brutal da travesti Ágatha Lios, de 23 anos, no início deste ano, levou a Polícia Civil a revelar um grande esquema de prostituição que ocorre em motéis, nas ruas e nas casas do Setor de Indústrias de Taguatinga Sul, no Distrito Federal.

A jovem foi esfaqueada dezenas de vezes no dia 26 de janeiro de 2017 dentro de uma central de distribuição dos Correios, próximo ao local onde ela costumava trabalhar, e o crime foi filmado por câmeras de segurança. De acordo com testemunhas, o caso foi motivado por vingança e disputa por ponto de prostituição.

O assassinato brutal da travesti foi filmado pelas câmeras de segurança

Segundo reportagem do “Metrópoles“, a execução tem sido investigada nos últimos cinco meses pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

Até agora, os policiais identificaram quem são as quatro travestis que invadiram os Correios e esfaquearam a vítima até a morte. Elas tiveram os mandados de prisão expedidos pela Justiça e são consideradas foragidas.

Ágatha era vista como uma ameaça para outras travestis por causa de sua beleza. Ela teria se recusado a sair do DF e permanecia fazendo programas na região, além de ter ameaçado uma outra travesti poucos dias antes.

Com as investigações, a Decrin revelou a existência de brigas por pontos de prostituição nas ruas do Setor de Indústrias de Taguatinga Sul. As vias são comandadas por cafetões que cobram uma espécie de pedágio de quem quer trabalhar no local. Cada travesti paga entre R$ 50 e R$ 100 para ocupar o ponto — se não pagar, pode sofrer retaliações.

Os policiais também descobriram que existe um “código” de conduta violento entre as travestis. Para serem respeitadas, elas precisam ter esfaqueado alguém, cometido pelo menos um assalto e participado de uma sessão de espancamento.

No entanto, nem todas aceitam as regras, como Ágatha, que repreendeu uma de suas assassinas após um assalto a um motorista de Uber.

Leia a reportagem na íntegra.

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