Morte de garoto com mangueira introduzida no ânus segue impune
Wesner tinha 17 anos e sofreu a agressão em seu local de trabalho
Dois anos se passaram e os suspeitos pelo assassinato de Wesner Oliveira, de 17 anos, morto após ter uma mangueira de ar-comprimido de lava-jato introduzida no ânus, não foram julgados e ninguém sofreu qualquer penalidade pelo crime que aconteceu em Campo Grande (MS).
O dono do lava-jato em que Wesner trabalhava, Thiago Demarco Sena, de 26 anos, e o funcionário Willian Henrique Larrea, de 30, são suspeitos de violentar o adolescente e nunca foram julgados, o que dirá presos.
A agressão aconteceu em 3 de fevereiro de 2017. Wesner ficou 11 dias internado até morrer em 14 de fevereiro. Além do ferimento no intestino, o jovem tinha uma lesão no esôfago e sofreu hemorragia, morrendo em decorrência de uma parada cardíaca.
O delegado Paulo Sérgio Lauretto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) chegou a pedir a prisão de Thiago e Willian, mas a Justiça negou o pedido.
O dono do lava-jato e o funcionário alegam que a agressão foi “uma brincadeira”, disse o advogado Francisco Guedes Neto que segue a defesa com essa afirmação.
Dias antes de morrer, o garoto negou que a agressão tenha sido uma brincadeira. “Isso não é brincadeira! Não era brincadeira. Eu não ia querer essa brincadeira nunca….pegaram eu de supresa (…) E o Thiago agarrou minhas duas pernas, segurou. Eu gritei. Mandei parar, mas não pararam. O Thiago que ligou o compressor e colocou a mangueira em mim…”
Wesner falou até com a advogada. “’Cuida do meu caso, eu quero que eles paguem pelo que fizeram comigo’. Então, não é um pedido só meu ou só do pai dele, foi um pedido dele mesmo”, contou a mãe de Wesner, Marasilva Moreira da Silva.
Segundo o promotor, o Ministério Público agora aguarda o julgamento do parecer juntado ao processo que está no Tribunal de Justiça de MS há 6 meses: “São dois anos de impunidade, de sofrimento para esta família sem que os suspeitos sejam presos ou julgados, e tanto o Ministério Público quanto a sociedade esperam que o poder Judiciário faça o seu papel e se pronuncie, o que não podemos é ficar sem um desfecho para este caso”, finaliza.