Mourão defende compra de Viagra pelas Forças Armadas: ‘Eu não posso usar?’

"O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada", disse o vice-presidente

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu a compra de mais de 35 mil comprimidos de Viagra, remédio usado para tratar disfunção erétil, pelas Forças Armadas.

Mourão defende compra de Viagra pelas Forças Armadas: ‘Eu não posso usar?’
Créditos: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Mourão defende compra de Viagra pelas Forças Armadas: ‘Eu não posso usar?’

“Eu não posso usar o meu Viagra, pô? Esse não é um recurso orçamentário. É nosso recurso, eu coloquei dinheiro lá”, disse Mourão em entrevista ao portal Valor Econômico.

Ao ser questionado como via a repercussão do caso, Mourão disse: “Isso é uma coisa de tabloide sensacionalista”.

“Lógico que está tendo exageros. Mesmo que seja para o cara usar [para disfunção erétil]. Vamos colocar como funciona o sistema de saúde do Exército: um terço é recurso da União, que é o chamado fator de custo, é a contrapartida da União para os militares. E dois terços é o fundo de saúde que é bancado pela gente. Então, eu desconto 3% do meu salário para o fundo de saúde. E todos os procedimentos que eu faço a gente paga 20%, além dos 3% que ele desconta. Nós temos farmácias. A farmácia vende medicamentos. E o medicamento é comprador com recursos do fundo. Então, tem o velhinho aqui. Eu não posso usar o meu Viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada”, explicou o vice-presidente.

A justificativa oficial das Forças Armadas para a compra é que a droga também pode ser usada para casos de hipertensão arterial pulmonar. A doença, porém, é rara, com incidência de um caso a cada 250 mil pessoas, e além disso é mais propensa em mulheres.