Mourão exalta ditadura militar e sofre enxurrada de críticas nas redes sociais

Em 21 anos, ditadura aboliu eleições diretas, fechou o Congresso e cassou direitos políticos de opositores; apologia à ditadura militar é crime no Brasil

Em 31 de março de 1964, o Brasil passaria a viver 21 anos de ditadura militar. Período marcado por assassinatos, sequestros, tortura, perseguição política e cerceamento da democracia.

Nada disso, no entanto, impediu o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, de usar sua conta no Twitter para exaltar a data do golpe nesta terça-feira, 56 anos após a data. “Há 56 anos, as FA intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população. Com a eleição do General Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil. #31deMarçopertenceàHistória”, escreveu Mourão.

Além de Mourão, outro membro do governo federal, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também se manifestou sobre o golpe militar de 1964, considerado por ele um “marco para a democracia brasileira”. Ele escreveu.”Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres. O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou.”

Crianças filhas de opositores eram torturadas por militares durante a ditadura. Histórias são contadas no livro “Infância roubada” – Arquivo Público do Esado de São Paulo / Reprodução

Sangue pela democracia

Durante debate presidencial às vésperas das eleições de 2018, o discurso do então candidato Guilherme Boulos (PSOL), que denunciou os crimes da ditadura em rede nacional, foi repetidamente lembrado por anônimos nas redes sociais nesta terça-feira, 31. “Se nós estamos aqui hoje podendo discutir o futuro do Brasil, é porque teve gente que derramou sangue para ter democracia”.

Confira as reações nas redes sociais: