MP diz que Fabrício Queiroz recebeu mais de R$ 2 milhões em propina
O Ministério Público aponta que o ex-assessor era o operador financeiro do esquema de 'rachadinha' no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Ele nega
O ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro (sem partido), Fabrício Queiroz recebeu mais de R$ 2 milhões em 483 depósitos feitos por 13 assessores ligados filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido, na época em que era deputado estadual no Rio de Janeiro, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
A defesa de Queiroz nega as acusações.
O MP-RJ obteve as informações com a quebra do sigilo bancário, proferida na decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro e que deu origem a operação deflagrada, nesta quarta-feira, 18, em que o Ministério Público cumpriu 24 mandados de busca e apreensão na investigação do esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj).
O Ministério Público investiga, na operação, Queiroz e outros ex-assessores de Flávio Bolsonaro, além de parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, que foram empregados no gabinete de Flávio enquanto era deputado estadual na Alerj.
Ainda de acordo com o MP, dos R$ 2.062.360,52, depositados para Queiroz, 69% deles chegaram a conta do ex-assessor como dinheiro em espécie.
O Ministério Público ainda aponta que quase R$ 3 milhões foram sacados da conta de Queiroz e que a “quantidade predominante de operações em ‘dinheiro vivo’ não ocorreu por mera coincidência, mas sim com a finalidade de ocultar a origem e o destino do dinheiro”. O MP ainda não identificou de onde saíram mais de R$ 900 mil em depósitos.
O MP suspeita de um esquema conhecido como “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) quando ele foi deputado estadual e manteve Queiroz como seu empregado, entre 2007-2018.
O PM aposentado Fabrício Queiroz é pivô de uma investigação que tem como alvo o senador Flávio Bolsonaro e outras 101 pessoas físicas e jurídicas, que tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados em abril pela Justiça do Rio de Janeiro.