MPRJ denuncia 5 PMs por alterar cena da morte de Kathlen

A designer Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos, foi morta, em junho, por um tiro de fuzil no tórax disparado por um PM

13/12/2021 21:15

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou nesta segunda-feira, 13, cinco policiais militares por alterarem a cena do local onde a jovem Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos, foi morta. O caso ocorreu no dia 8 de junho no Complexo do Lins, na zona norte carioca.

Grávida de quatro meses, designer Kathlen foi atingida por um tiro de fuzil no tórax durante a ação policial.

Kathlen Romeu, 24 anos, era designer de interiores e estava no quarto mês de gestação
Kathlen Romeu, 24 anos, era designer de interiores e estava no quarto mês de gestação - Reprodução/Facebook

A denúncia foi feita pela 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar.

Os oliciais Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano, Rafael Chaves de Oliveira e Rodrigo Correia de Frias foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho.

Já o capitão Jeanderson Corrêa Sodré foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.

De acordo o MPRJ, os policiais Rafael, Rodrigo, Cláudio e Marcos retiraram o material que se encontrava na cena do crime antes da chegada da perícia. Segundo a promotoria, os policiais acrescentaram 12 cartuchos calibre 9mm deflagrados e um carregador de fuzil 556, com 10 munições intactas.

Kethlen foi morta com tirou de fuzil no tórax, no Complexo do Lins, zona norte do Rio
Kethlen foi morta com tirou de fuzil no tórax, no Complexo do Lins, zona norte do Rio - Reprodução/Twitter @levikaique

Ainda segundo a denúncia, o capitão Jeanderson mesmo estando no local e podendo agir como superior dos PMs, se omitiu da função que, por lei, deveria cumprir, que seria fazer a “vigilância sobre as ações de seus comandados”.

Os artefatos foram levados para a 26ª DP de Todos os Santos antes dos peritos analisarem a cena do crime.

“Ato contínuo, enquanto deveriam preservar o local de Homicídio, aguardando a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil (PCERJ), os denunciados Frias, Salviano, Scanfela e Chaves o alteraram fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos”, diz trecho da denúncia.