MPRJ denuncia 5 PMs por alterar cena da morte de Kathlen

A designer Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos, foi morta, em junho, por um tiro de fuzil no tórax disparado por um PM

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou nesta segunda-feira, 13, cinco policiais militares por alterarem a cena do local onde a jovem Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos, foi morta. O caso ocorreu no dia 8 de junho no Complexo do Lins, na zona norte carioca.

Grávida de quatro meses, designer Kathlen foi atingida por um tiro de fuzil no tórax durante a ação policial.

Kathlen Romeu, 24 anos, era designer de interiores e estava no quarto mês de gestação
Créditos: Reprodução/Facebook
Kathlen Romeu, 24 anos, era designer de interiores e estava no quarto mês de gestação

A denúncia foi feita pela 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar.

Os oliciais Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano, Rafael Chaves de Oliveira e Rodrigo Correia de Frias foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho.

Já o capitão Jeanderson Corrêa Sodré foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.

De acordo o MPRJ, os policiais Rafael, Rodrigo, Cláudio e Marcos retiraram o material que se encontrava na cena do crime antes da chegada da perícia. Segundo a promotoria, os policiais acrescentaram 12 cartuchos calibre 9mm deflagrados e um carregador de fuzil 556, com 10 munições intactas.

Kethlen foi morta com tirou de fuzil no tórax, no Complexo do Lins, zona norte do Rio
Créditos: Reprodução/Twitter @levikaique
Kethlen foi morta com tirou de fuzil no tórax, no Complexo do Lins, zona norte do Rio

Ainda segundo a denúncia, o capitão Jeanderson mesmo estando no local e podendo agir como superior dos PMs, se omitiu da função que, por lei, deveria cumprir, que seria fazer a “vigilância sobre as ações de seus comandados”.

Os artefatos foram levados para a 26ª DP de Todos os Santos antes dos peritos analisarem a cena do crime.

“Ato contínuo, enquanto deveriam preservar o local de Homicídio, aguardando a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil (PCERJ), os denunciados Frias, Salviano, Scanfela e Chaves o alteraram fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos”, diz trecho da denúncia.