Mulher denuncia Drogasil por racismo após ser acusada de furto

Do alto de seus 54 anos, Maria Angélica não esperava passar por uma humilhação como essa

Maria Angélica Calmon, uma mulher negra, do alto de seus 54 anos, não esperava passar pela humilhação que enfrentou em abril deste ano quando foi a uma unidade da Drogasil do Salvador Shopping, na Bahia.

Ela foi abordada por um funcionário da rede de farmácias e acusada de furtar um creme preventivo de assadura no estabelecimento comercial.

Ela, que atua como assessora de formatura e eventos, usou as redes sociais para desabafar sobre o ocorrido. Maria Angélica conta que o caso aconteceu em 17 de abril, mas só teve coragem de falar agora.

“Esperei passar o susto, melhorar o meu estado emocional, recuperar a minha autoestima, que estava em frangalhos, para compartilhar esta tragédia racista e caluniosa, que aconteceu comigo e a minha neta de 7 anos.”, relatou.

Mulher acusa rede de farmácias Drogasil de racismo
Créditos: reprodução/Facebook
Mulher acusa rede de farmácias Drogasil de racismo

Maira Angélica disse que entrou na farmácia para encontrar a mãe, a filha e a neta, que compravam remédio de uso diários da matriarca da família. Enquanto isso, passeou pela farmácia, olhando outros produtos, mas nada levou, e saiu acompanhada da família.

“Saímos da DROGASIL, fomos fazer um lanche, depois fui à loja Renner, voltei à praça de alimentação, por volta das 21h, nos dirigimos ao parque infantil, localizado na praça central do Salvador Shopping, onde iria levar a minha neta para brincar, enquanto a minha mãe e minha filha aguardavam sentadas próximas ao parque”, relatou.

Foi quando Maria Angélica foi abordada por um dos funcionários da Drogasil. “Do nada, fui abordada por um rapaz alto, de pele clara, que se apresentou como Willam, funcionário da DROGASIL, dizendo que FURTEI um Bepantol da farmácia.”

A senhora ainda conta que despejou todo o conteúdo de sua bolsa no chão. “Já estava abrindo a bolsa, quando vi uma funcionária do parque, expliquei para ela a situação e pedi que ela fosse testemunha para abrir a minha bolsa. Abri a bolsa, coloquei tudo no chão, de forma que ele pudesse ver todo o conteúdo da minha bolsa. Quando ele viu que não tinha nada, disse para mim: ‘não precisava disso’, e saiu em disparada. Nesse momento, saí do sério e comecei a gritar: ‘seu racista, mentiroso, preconceituoso, vou processar vocês, isto é crime de injúria e calúnia.'”, conta.

Ao G1, Maria Angélica contou que abriu denúncia contra o funcionário na 16ª Delegacia da Pituba. Maria Angélica contou que ainda pretende levar o caso ao Ministério Público da Bahia.

No Facebook, a Drogasil tem respondido aos ataques com uma resposta padrão:

“Discordamos veementemente da atitude do funcionário que abordou a Sra. Maria Angelica Calmon, como foi relatado. Este comportamento não reflete de forma alguma os valores da Drogasil. Pedimos desculpas à Sra. Angélica e informamos que a empresa está concluindo as averiguações e tomará as providências necessárias para que o fato não se repita.”